Por que o uso de máscara é recomendado para evitar o coronavírus?
Quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia pelo novo coronavírus, diversas medidas preventivas foram reforçadas junto à população com o objetivo de frear o contágio. Entre os métodos para reduzir a taxa de contaminação, destaca-se o uso de máscara nos espaços públicos.
Sabe-se que este acessório simples e barato atua como uma barreira física e reduz a exposição ao vírus. Isso é de extrema importância para a preservação da vida, especialmente das pessoas inseridas no grupo de risco.
No entanto, é comum questionarem até onde vai a eficácia da máscara para evitar o coronavírus. Para fugir dos achismos, neste post, vamos investigar o assunto, mostrando evidências científicas daquilo que funciona de verdade. Então, continue acompanhando!
Por que o uso de máscara é importante?
Uma pessoa pode ser infectada ao levar a mão contaminada pelo vírus à boca, nariz ou olhos, que são portas de entrada para esse agente infeccioso.
Além do toque em superfícies contaminadas, a infecção pode acontecer pelo contato direto com secreções, como gotículas de saliva, catarro, tosse e espirro. Nesse sentido, a máscara funciona como uma barreira protetora em relação ao ambiente, evitando o contato com o ar e filtrando fluidos contaminados.
É possível afirmar que a máscara é um artigo de proteção individual e coletivo. Para ter ideia da eficácia do método, estima-se que seu uso possa reduzir em até 40% o crescimento do número de casos da doença.
Vale destacar o reforço da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre a recomendação do Ministério da Saúde, que incentiva e promove o uso coletivo de máscara, ainda que fabricadas de tecido, manualmente.
A eficácia do uso de máscara é comprovada?
Se no início da pandemia ainda havia poucos estudos sobre a eficiência do uso de máscara para o coronavírus, hoje as evidências são maiores.
Conforme citamos no tópico anterior, uma pesquisa conduzida na Alemanha mostrou que o uso da máscara pode reduzir em até 40% a disseminação da Covid-19. Originalmente publicado no site VoxEU, o estudo foi divulgado no Brasil por fontes como O Globo e UOL.
Essa estatística foi encontrada após a análise da evolução nas contaminações por coronavírus na cidade de Jena, na Alemanha. O município tem 110 mil habitantes e foi o primeiro a determinar o uso obrigatório de máscara no território alemão, em 6 de abril.
Até agora, o único ponto “negativo” do uso das máscaras apontado por especialistas é o excesso de segurança. Como assim? Bom, o uso da máscara cria a sensação de que a pessoa está totalmente protegida utilizando apenas esse item. Pode-se, por exemplo, tocar o rosco com as mãos sujas.
Esse não chega a ser um argumento contra o uso da máscara, pelo contrário. É preciso utilizar a proteção ao mesmo tempo em que lembramos de combiná-la com outras medidas recomendadas. Essas medidas extras serão abordadas mais adiante neste artigo.
Além disso, alguns mitos divulgados por aí se mostraram falsos segundo órgãos oficiais e pesquisas. As máscaras, por exemplo, não ativam doenças circulatórias da própria pessoa que as usa. Elas também não favorecem o aparecimento de infecções respiratórias, já que atuam justamente na proteção.
Outro mito é de que, com a máscara, respiramos menos oxigênio. Até hoje não existe nenhuma evidência científica nesse sentido. Ao contrário de alguns falsos boatos, as máscaras não produzem hipóxia (falta de oxigênio no sangue), uma vez que os tecidos utilizados na fabricação permitem a entrada de oxigênio em quantidade suficiente.
Por fim, o uso do item de proteção também não produz excesso de gás carbônico no sangue. Por mais que usar máscara por muito tempo possa causar desconforto, isso definitivamente não faz com que a pessoa fique respirando sempre o mesmo ar. O ar é renovado porque o tecido permite isso.
Quando utilizar as máscaras?
Embora a maioria das pessoas tenha conhecimento da importância do uso de máscara, muitas ainda têm dúvidas sobre quando e como elas devem ser utilizadas. Primeiramente, vale esclarecer que uma das principais recomendações para frear o contágio pelo novo coronavírus é frequentar espaços públicos apenas quando for indispensável.
Portanto, as máscaras devem ser utilizadas nas ocasiões em que houver essa necessidade. De acordo com as recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), você precisará utilizá-las durante todo o tempo em que estiver fora de casa e por um período de poucas horas.
Quais são os tipos de máscara mais indicados?
À população em geral, é recomendada a utilização de máscaras de uso não profissional, que são suficientemente eficazes. Elas podem ser de fabricação própria, desde que respeitadas as recomendações acerca do tipo de tecido mais adequado para criar uma barreira de proteção.
O Ministério da Saúde, nesse sentido, orienta para que o acessório tenha pelo menos duas camadas de material, que deve ser escolhido preferencialmente na seguinte ordem:
• tecido de saco aspirador;
• tecido 55% poliéster e 45% algodão (cotton);
• algodão 100%;
• fronha de tecido antimicrobiano.
Se você optar pela fabricação caseira, vale utilizar tecidos de roupas em bom estado de conservação, dando preferência àquelas com camadas mais espessas. Em qualquer caso, atente para o ajuste adequado no rosto e crie uma rotina na quarentena de limpeza desses acessórios, seguindo as orientações listadas logo adiante.
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, praticamente todos os tipos de máscaras nos protegem do vírus. Afinal, atuam como uma barreira física. O que é verdade é que as máscaras mais simples têm um nível de proteção menor que o das cirúrgicas.
A vantagem das cirúrgicas é que elas atuam numa via de mão dupla: protegem altamente tanto o portador como as demais pessoas. As gotículas respiratórias deixam de ser transferidas para os outros, ao mesmo tempo em que gotículas de outras pessoas não chegam.
Quais são as recomendações para o uso das máscaras?
A respeito da utilização correta das máscaras, é fundamental entender quando, onde e como utilizá-las.
Onde utilizar as máscaras
Deve-se utilizar as máscaras nas seguintes situações:
• sempre que sair de casa;
• no local de trabalho, independentemente de ser um escritório, loja, indústria ou qualquer outro tipo de ambiente;
• em áreas comuns, como ruas, lojas, estabelecimentos comerciais em geral, espaços de lazer ao ar livre, supermercados, farmácias, bares etc.
• em áreas comuns de prédios, conjuntos residenciais e condomínios (elevadores e corredores, por exemplo);
• no transporte público ou compartilhado, como ônibus, metrô, táxis, trens e carros de aplicativos.
Inclusive, se você estiver com tosse ou espirrando, é recomendada a utilização de máscara mesmo dentro de casa. Isso evita que outras pessoas da família sejam contaminadas ou que o vírus passe para objetos.
Mesmo para quem mora sozinho, em caso de apresentar esses sintomas, a máscara ajuda a evitar que o vírus se propague ao tocar objetos que foram contaminados e depois entrar em contato com outras pessoas.
Como utilizar as máscaras
É imprescindível seguir alguns cuidados ao utilizar as máscaras, como:
Além disso, deverá atentar ao modo de uso. Isso porque a máscara apenas é eficaz se for utilizada de forma que bloqueie a transmissão por partículas. Confira um passo a passo simples para usar o acessório e não prejudicar a sua saúde:
• higienize as mãos com água e sabão ou com álcool 70%;
• pegue a máscara pelo elástico nas laterais e ajuste-a no rosto cobrindo totalmente boca, nariz e queixo;
• confira se não há alguma abertura no encaixe que favoreça a entrada e a saída do ar. Se houver, reajuste a máscara;
• usar a mesma máscara por, no máximo, 3 horas. Após isso é necessário trocar a peça, pois o tecido começa a perder eficácia;
• durante o tempo em que utilizá-la, não toque no acessório. Caso seja necessário realizar essa ação, higienize as mãos antes e depois e manuseie sempre pelo elástico;
• caso você espirre ou a máscara fique úmida por outro motivo, como suor, deve ser trocada. Portanto, é importante sempre ter mais de uma quando sair de casa.
Que cuidados devem ser adotados ao retirar a máscara?
É importante observar as dicas de higiene para máscaras reutilizáveis. Confira o passo a passo a ser feito após a utilização do acessório fora de casa:
• antes de retirar a máscara do rosto, higienize bem as mãos;
• retire o acessório pelas laterais, apoiando-se nas alças que ficam atrás da orelha;
• guarde o acessório em um saco plástico fechado e devidamente higienizado;
• lave as mãos com água e sabão ou com álcool 70%;
• retire a máscara do saco plástico pelas alças e lave-a com detergente, deixando de molho por 30 minutos em água potável (500 ml) e água sanitária (10 ml). Após isso, lavar com água e sabão, enxaguar em água corrente. Após secar, passar com ferro quente e guardar bem fechada.;
• se a máscara armazenada estiver suja, descarte ou higienize o saco plástico.
Lembre-se, ainda, de não compartilhar a sua máscara, nem utilizar a de outras pessoas. Evite colocá-la no bolso ou deixá-la em contato com outras superfícies para não contaminar ou sujar o tecido de proteção.
Como realizar o descarte das máscaras?
No caso da máscara descartável é preciso também fazer o descarte correto. Isso sem esquecer a importância de cuidar do meio ambiente ao descartar adequadamente os materiais.
O que não fazer na hora de descartar
Ao jogar uma máscara no chão, além de trazer um alto risco de contaminação, pode-se sujar lençóis freáticos, mares e entupir tubulações, contribuindo para alagamentos.
No caso de profissionais de saúde, é importante lembrar que o descarte das máscaras deve ser feito em lixo separado. Já para os cidadãos comuns, a máscara usada pode ir ao lixo regular.
Outro ponto importante é cuidar para não encostar em áreas potencialmente contaminadas na hora de tirar a máscara. Se você utilizar a máscara de forma correta, mas encostar no local errado ao tirá-la, poderá contaminar a si e aos outros. Então, mantenha o cuidado.
Lembre-se também de jamais descartar uma máscara no lixo seletivo, afinal este vai para separação e pode ser tocado por profissionais da reciclagem.
Descarte correto
O descarte correto engloba as seguintes medidas:
• não só as máscaras, como lenços de papel usados e luvas devem ser descartados no lixo do banheiro;
• utilize sacos plásticos resistentes e bem vedados. Não espere o saco de lixo encher completamente. Feche-o quanto atingir 2/3 da capacidade e faça o descarte;
• se estiver com suspeita de contaminação, descarte todos os seus resíduos (até mesmo aqueles que seriam recicláveis) na coleta comum;
• coloque todos os sacos dentro de um 2º saco, sendo que ambos devem estar fechados.
Passo a passo para descartar sua máscara
1. Lave as mãos antes de tirar a máscara.
2. Retire a máscara segurando-a somente pelos elásticos.
3. Use dois sacos plásticos (um dentro do outro) para colocar a máscara descartável. Amarre os dois sacos.
4. Jogue fora no lixo do banheiro.
5. Não encha demais a sacolinha. Deixe 1/3 da capacidade sobrando, como vimos.
6. Lave as mãos novamente com água e sabão após o descarte.
Que outras medidas ajudam a evitar o coronavírus?
Além do correto uso de máscara, há outros cuidados contra o coronavírus que são eficientes para a redução do contágio e da propagação da Covid-19. Entre eles, cabe destacar o distanciamento social de, pelo menos, 1,5 metro em ambientes públicos.
Recomenda-se, ainda, evitar aglomerações em qualquer ambiente e contato com pessoas que não são do seu convívio próximo. É importante lembrar da importância de higienizar com frequência objetos e superfícies tocadas, como celulares. Outra dica fundamental é lavar a mão com água e sabão ou álcool 70%, evitando levá-la ao rosto em qualquer caso.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, para se prevenir contra o vírus, também é fundamental evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal e manter os ambientes em que você está sempre ventilados.
O contágio acelerado pelo novo coronavírus em algumas regiões do país tem elevado o alerta com relação às medidas preventivas. Espera-se, assim, a colaboração de toda a população a fim de reduzir os novos casos da doença.
Mais do que nunca, é importante conhecer os mitos e verdades sobre o coronavírus, estar atento às recomendações para o uso de máscara e atualizar-se com relação às orientações das autoridades sempre que possível. Assim, aos poucos, poderá ser reduzida a principal fonte de transmissão do vírus e amenizado o número de vítimas por todo o país.
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