População maior de 60 anos: o Brasil está preparado?

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ícone de calendário indicando a data da publicação​ Criado em 23/03/2017 | Atualizado em 27/12/2022

O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), desenvolveu o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL). O indicador, uma iniciativa inédita no pais, tem como objetivo avaliar o quanto os municípios mapeados – 498, no total – estão preparados para atender às demandas da população 60+. A metodologia do IDL leva em consideração o cruzamento de 63 indicadores divididos em sete variáveis: Cuidados de Saúde, Bem-Estar, Habitação, Finanças, Cultura e Engajamento, Educação e Trabalho e Indicadores Gerais.

“Mais do que um ranking, queremos que o IDL seja uma ferramenta prática que contribua para que os gestores públicos desenvolvam políticas que estimulem a qualidade de vida das pessoas 60+, principalmente no cenário atual de contínuo aumento da longevidade. O IDL apresenta de forma bem objetiva, os principais pontos que precisam ser trabalhados para trazer mais qualidade de vida. E é importante notar que quando promovemos a qualidade de vida de um determinado grupo, todos se beneficiam, a cidade torna-se mais competitiva e assim mais atrativa para novos investimentos.”, explica Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

As 10 cidades grandes que mais se destacaram

No topo da lista da categoria Cidades Grandes está Santos (SP). O destaque é a variável relacionada à economia por apresentar um pequeno percentual da população com baixa renda. Outro aspecto que chama a atenção é a elevada nota em Cultura e Engajamento. A cidade do litoral paulista também é uma das cinco com melhor nota em Bem-Estar.

O segundo lugar ficou com Florianópolis, que também se destaca no viés econômico. A “Ilha da Magia” é uma das cidades com maior renda entre a população idosa. Cultura e Engajamento também é um ponto forte: o acesso a serviços de internet e televisão a cabo permite uma maior atividade intelectual deste público.

Na terceira posição está Porto Alegre, que lidera os indicadores relativos à Habitação. Também vale destacar, no aspecto Cuidados de Saúde, que a cidade é a sexta com maior número de enfermeiros por habitantes.




A cidade de Niterói (RJ) ocupa o quarto lugar essencialmente pelo seu bom desempenho em questões relacionadas a Cuidados de Saúde, Cultura e Engajamento e Finanças. Niterói tem o maior número de médicos por habitantes e também registra um elevado número de leitos. É a cidade com o maior acesso à rede de internet fixa do país.

Em quinto lugar, mais uma cidade paulista: São José do Rio Preto. Ela apresenta excelentes resultados em Educação e Trabalho, graças a uma baixa taxa de desocupação.

Também no estado de São Paulo, Ribeirão Preto figura em sexto lugar e registra alta concentração de cinemas. Não à toa a cidade teve bom desempenho na variável Cultura e Engajamento.

Jundiaí (SP) ficou em sétimo lugar. No entanto, quando verificada isoladamente a variável Educação e Trabalho, a cidade está na vice-liderança. O município tem a menor taxa de distorção de idade/série, que indica a proporção de alunos com mais de dois anos de atraso escolar.

Em oitavo lugar, Americana (SP) pode ser considerada a cidade menos violenta do país. Isto contribui para que o município apresente uma das maiores expectativas de vida do Brasil. Na sequência da lista, Vitória (ES) apresenta o maior número de atendimentos ambulatoriais e também o maior número de aparelhos para diagnósticos. Campinas encerra a lista das dez melhores cidades com destaque à variável Cultura e Engajamento. Também é um ponto positivo o desempenho em Finanças, pelo pequeno índice de pessoas com baixa renda.

Das 10 cidades pequenas mais bem preparadas, oito são do estado de São Paulo 

São João da Boa Vista (SP) lidera o estudo entre as cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes. É um dos municípios com menor ocorrência de mortes por armas de fogo. Em segundo lugar, Vinhedo (SP) é uma das cidades com maior renda entre os idosos. Na sequência, Lins (SP) destaca-se nos indicadores da variável Cuidados de Saúde. Fernandópolis (SP), em quarto, é uma das cidades menos violentas. Tupã (SP) que figura em quinto lugar, é o município com maior número de leitos disponíveis pelo SUS.

Em Votuporanga (SP), que possui o maior número médio de horas-aula diário, o destaque é a variável Educação de Trabalho. Lajeado (RS) lidera na perspectiva Cultura e Engajamento e tem a melhor distribuição de internet fixa entre as cidades pequenas. O oitavo lugar é ocupado por Itapira (SP), que apresenta bons resultados em Cuidados de Saúde. Rio do Sul (SC), em nono, é o município, proporcionalmente, com maior contribuição para a previdência social. Fechando a lista das dez mais bem preparadas entre as cidades pequenas, Bebedouro (SP), se diferencia na variável Educação e Trabalho, principalmente pelo alto número de professores e de instituições de Ensino Superior.



Importância do IDL

O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL) é uma ferramenta de parâmetro para a promoção de qualidade de vida nas cidades. O bem-estar da sociedade contribui diretamente para que os municípios apresentem mais vantagem competitiva para atrair o investimento de empresários e empreendedores.

Para a sociedade em geral, independentemente da idade, o IDL também é de grande importância. Isso porque quando a cidade é preparada para o público de 60+, ela também será um município com uma boa qualidade de vida para todos os cidadãos.

Metodologia utilizada

Para a apuração do IDL, a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP) adotou uma metodologia multidimensional e ponderada. Para construir essas avaliações, a instituição considerou critérios gerais apontados na literatura, no que diz respeito aos fatores determinantes do bem-estar para o envelhecimento.

O IDL classifica 498 municípios analisados, distribuídos em duas listas: cidades grandes (as 150 de maior população) e pequenas (aquelas que possuem entre 50 mil e 100 mil habitantes).

Este Índice utiliza os dados publicamente disponíveis oriundos de fontes oficiais, preferencialmente. Assim, as informações foram coletadas em instituições como: Agência Nacional de Saúde (ANS), Ancine, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério das Comunicações, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Tesouro Nacional. Outras organizações, como Fundação Getúlio Vargas, Pnud, Serviço Nacional do Comércio e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação também foram fontes para a composição do resultado.

“O Índice é dinâmico e permite que sejam realizadas análises sobre vários aspectos. Podem ser verificados os pontos positivos, como os que merecem atenção do município, contribuindo para a tomada de decisão e planejamento dos investimentos que os gestores farão”, comenta Noya.

O IDL leva em consideração dados como distribuição de renda, adequação etária em relação à série escolar, taxa de ocupação, clima, número de profissionais de saúde, leitos hospitalares, entre outros que podem ser conferidos no site oficial do IDL.

Outro aspecto avaliado é a segurança financeira, incluindo oportunidades no mercado de trabalho. A FGV ainda analisou a carga tributária de cada cidade, a produção de riquezas, o nível de investimento dos municípios e a taxa de pobreza entre os idosos. Também foram compilados dados sobre o acesso à rede de esgoto, densidade demográfica, e a parcela de idosos que residem com outros.

Confira o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL) completo em: http://idl.institutomongeralaegon.org

Sobre o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon – O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon é uma instituição sem fins lucrativos, criada pelo Grupo Mongeral Aegon com a missão de contribuir com ações concretas, especialmente na área do trabalho, de cidades e mobilização social, para colocar a questão da longevidade na agenda de desenvolvimento da sociedade brasileira e propor soluções em torno dos seus impactos sociais e econômicos. A entidade está associada a outros institutos de longevidade no mundo, como o Centro da Transamerica (Aegon EUA) para Estudos de Aposentadoria e o Centro Aegon para Longevidade e Aposentadoria (Holanda). Os três têm apoio do Grupo Aegon, que atua em mais de 20 países. O objetivo é manter sempre latente a reflexão e o debate público, além de inspirar governos e outras organizações a implantar políticas que auxiliem às pessoas a continuarem ativas por mais tempo, sempre atentas ao bem-estar e ao conceito de educação financeira. www.institutomongeralaegon.org