A vida começa agora: empreendedorismo feminino após os 50 anos
A vida começa aos… Pensando bem, a vida começa quando decidimos mudar. E isso pode acontecer aos 20, 30, 40, 50 e mais além. Ou seja, tudo pode estar, de fato, começando ou engrenando em um belo recomeço. E isso não diz respeito apenas a projetos pessoais. Muita gente se reinventa também profissionalmente. E as mulheres se mostram bastante dispostas a isso, sobretudo as que passaram dos 50 e seguem belas, produtivas e donas do próprio nariz.
Afinal, já vai longe o tempo da senhorinha que ficava em casa, tricotando ou assando bolos. Aliás, se for para fazer isso, que seja com criatividade e um bom plano de negócios. Exemplos de empreendedorismo feminino que vamos ter o prazer de ler aqui.
Para corroborar o que está estampado por aí, basta olhar os dados de uma pesquisa feita pela consultoria Rizzo Franchise, do consultor e especialista em franquias Marcus Rizzo. O setor de franchising é um dos que mais cresce no país, mesmo diante da crise. E por conta de toda a sua segurança jurídica e de regras claras, acaba sendo a porta de entrada de profissionais que deixam seus empregos formais, se aposentam ou resolvem iniciar pela primeira vez um negócio próprio.
Cada vez mais as mulheres na faixa dos 50 anos e acima disso procuram uma franquia para se estabelecer ou decidem por profissionalizar um negócio que começa em casa, no bairro ou na cidade, por meio do franchising. De acordo com o levantamento da Rizzo Franchise, o perfil de uma candidata a franquia no ano de 2013 era de 3,18% para a faixa etária de 55 anos ou mais e de 17,08% para empreendedoras com 45 ou mais. Em 2015, saltou para 5,04% entre aquelas com 55 anos ou mais e para 20,80% para as que figuram na faixa dos 45 a 54 anos. A maioria delas (79%) deseja a família participando do novo negócio. Os setores preferidos para as empreendedoras entre 45 a 54 anos são o de Fast Food (29,98%), Vestuário (16,17%) e Alimentação Especial (12,82%).
A Fábrica de Bolo da Vó Alzira
Levando todos estes números para a vida real, vamos ao exemplo da Dona Alzira, que começou a fazer bolos de forma despretensiosa para amigos e parentes quando estava com 60 anos e hoje é dona de uma rede de franquias, a Fábrica de Bolo Vó Alzira. Depois de muitos bolos batidos à mão, a primeira loja foi aberta na Rua da Relação, no Centro do Rio, dando lugar às fornadas no fogão de casa. A segunda loja foi aberta na Rua Pereira Nunes, em Vila Isabel. A procura era tão grande, que às 15h era necessário fechar as portas, pois os bolos se esgotavam.
A primeira franquia foi aberta em 2013 e, hoje, são mais de 128 lojas e 144 mil bolos por mês, além de 500 empregos diretos e 1000 indiretos. Com a expectativa de mais 300 lojas até o fim de 2016, a marca já está presente em todos os principais bairros do Rio, e pelo Brasil em Florianópolis, Fortaleza, Teresina, Maceió, Minas Gerais, Vitória, João Pessoa, Uberlândia e a entrada na Grande São Paulo este ano. E como a história da marca vem rompendo fronteiras, será inaugurada a primeira loja em Boca Raton (Palm Beach, Flórida), voltada para o público norte-americano ainda em 2016.
Vó Alzira em nada se parece com a vovozinha de vestido estampado e avental. Pelo contrário, é uma empreendedora nata que elaborou uma série de 20 sabores de bolos, entre eles laranja, nozes, chocolate, abacaxi com coco, milho, banana, mesclado, aipim e formigueiro. Todos têm direito a fartas coberturas de chocolate com granulado, leite condensado com coco, doce de leite com nozes, chocolate com nozes, suco de laranja, goiabada e chocolate com coco. Para ela, o fundamental é encarar a equipe como parceiros.
“Não tenho funcionários – tenho companheiras de trabalho. E por isso nosso projeto dá certo. É uma família trabalhando por um bem comum”, conta orgulhosa a avó Alzira.
Vida saudável e bem-estar
Um voo solo é um desafio igualmente estimulante e a decisão de muitas mulheres. Entre elas está Leila Oda, que fez do seu estilo de vida saudável a plataforma para lançar o seu próprio negócio, que pouco tempo depois ingressa no franchising. Já há 20 anos, Leila fazia seu próprio suco verde diariamente e levou o estilo de vida aos seus familiares, quando ainda não existia a “febre” dos sucos detox disponíveis hoje. Em 2013 surgiu a ideia de montar um negócio próprio que envolvesse o segmento de saúde e bem-estar.
A partir daí, Leila, psicóloga por formação, buscou auxílio em duas consultorias especializadas para viabilizar o modelo de negócio. Uma avaliou o potencial de marketing e vendas e a outra a parte operacional e nutricional. E assim, nasceu, em agosto de 2014, a Terra Madre – Orgânicos e Saudáveis, empório focado no fornecimento de produtos saudáveis para todas as necessidades, do emagrecimento ao ganho de massa muscular, passando por aspectos importantes, como restrição alimentar e também para facilitar a vida daqueles que querem comer bem, mas não têm tempo para preparar suas refeições de forma balanceada.
A primeira loja da marca foi aberta em uma área nobre da cidade de Goiânia (GO). Seu público é formado basicamente por mulheres: 80%. Desde a implantação da primeira loja, ela começou a desenhar o projeto de franquias.
“A expectativa é de que tenhamos 20 unidades franqueadas em operação até o fim de 2016 e 75 lojas em um prazo de cinco anos”, avalia Leila. Além das franquias, o negócio ganha, em breve, uma loja virtual.
Estes são alguns exemplos de mulheres que enxergaram oportunidades em suas habilidades. E que decidiram ser protagonistas de suas próprias vidas. Que tal começar agora o seu plano por uma vida empreendedora?