Tratamentos do coronavírus: quais são as iniciativas em andamento na busca pela cura?
Desde dezembro de 2019, época em que foi dado o primeiro alerta do governo da China sobre casos de pneumonia em decorrência de um novo coronavírus, o mundo assiste a uma expansão acelerada da doença pelos cinco continentes e se pergunta: quais são os melhores tratamentos do coronavírus?
Já há mais de um milhão de pessoas infectadas ao redor do globo pelo coronavírus até então desconhecido, razão pela qual a enfermidade foi classificada como pandemia. O vírus, cujo nome técnico é Covid-19, também fez muitas vítimas, sendo a Itália um dos países mais afetados.
Hoje, observa-se uma corrida contra o tempo para descobrir formas de prevenção, de redução do contágio e de tratamento do coronavírus pelos cientistas e profissionais da saúde.
São diversas as pesquisas que surgem pelos países para responder a essas perguntas e conter a disseminação, bem como a taxa de letalidade do vírus.
Pensando em disseminar os avanços nas pesquisas em busca do tratamento do coronavírus, elencamos alguns esclarecimentos com relação às iniciativas em andamento, com informações atualizadas.
Confira a seguir.
A transmissão do coronavírus
Antes de comentar os estudos em andamento, vale dar destaque às pesquisas estatísticas acerca do aumento do número de pessoas infectadas pelo coronavírus.
Afinal, países buscam organizar-se em longo prazo para contabilizar os casos suspeitos e confirmados da doença, e verificar sua expansão geográfica. Assim, fica mais fácil determinar a contenção da circulação de pessoas nos locais onde há essa constatação.
Isso porque, até agora, sabe-se que o contágio se dá por gotículas respiratórias ou secreções de pessoas contaminadas, como catarro e saliva. Ainda não está claro com que facilidade o vírus pode se espalhar entre a população.
A recomendação de infectologistas, até o momento, tem sido no sentido de orientar o distanciamento social, manter distância de dois metros das demais pessoas e lavar as mãos como forma de prevenção, focando a hipótese de contato com superfícies contaminadas.
O diagnóstico do coronavírus
Diante de um problema de dimensões continentais, torna-se indispensável contar com diagnóstico rápido de casos suspeitos. É preciso ter a exata dimensão geográfica da pandemia, mas, também, prevenir o avanço da doença para casos graves nos hospitais.
Autoridades do mundo todo se preocupam, inclusive, com a sobrecarga no sistema de saúde por um grande número de pessoas infectadas.
Diante desse contexto, recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou três novos testes para diagnosticar a doença. O órgão já havia liberado, pouco antes, outros do gênero.
Esses testes, por sua vez, subdividem-se em dois grandes métodos de identificação da presença de anticorpos e, portanto, da contaminação pelo vírus: os que analisam amostras de sangue, soro ou plasma, e os que avaliam secreção retirada diretamente da cavidade respiratória.
Com esses avanços, os testes já conseguem apresentar resultados rápidos e constatar a presença da doença em pacientes que chegam às clínicas.
Os Estados Unidos, que também têm sido gravemente afetado pela pandemia, aprovaram, no final de março, um teste de apenas 5 minutos, o mais rápido até então produzido, e que não depende de laboratório.
As principais iniciativas para tratamentos do coronavírus
Como visto, atualmente, não há qualquer medicamento ou tratamento para o coronavírus que seja reconhecido como eficaz.
O que se faz, até então, é direcionado ao alívio dos sintomas a partir da recomendação de analgésicos, de descanso e de alimentação equilibrada para elevar a imunidade. Para casos mais graves, pode ser indicada a internação.
Confira as pesquisas em busca da cura pelo mundo!
Medicamentos em teste
Há diversos ensaios para o desenvolvimento de medicamentos no mundo. Entre eles, destaca-se uma terapia combinada a um remédio genérico já atestado contra a malária e um fármaco desenvolvido, mas nunca usado, contra o ebola.
O desenvolvimento acelerado para testar a sua eficácia e contraindicação busca encontrar compostos úteis a fim de curar pacientes em casos graves.
Esse medicamento contra a malária tem sido a esperança diante da pandemia, principalmente porque seu composto é relativamente barato e tem efeito duplo: é um antiviral, que pode combater o coronavírus, e atua como anti-inflamatório, o que pode amenizar sintomas de pessoas infectadas.
Os testes com medicamento contra ebola têm sido conduzidos principalmente pela China, pelos EUA e pelo Reino Unido, tendo seus resultados esperados para as próximas semanas. A droga é projetada com o objetivo de interferir na reprodução do vírus nas células, impedindo que ele se multiplique.
Vacinas desenvolvidas em teste
Ainda no primeiro dia do mês de abril, cientistas chineses anunciaram a descoberta de anticorpos para tratar pacientes diagnosticados.
A equipe do pesquisador Zhang Linqi e um grupo do Terceiro Hospital Popular de Shenzhen tiraram as conclusões a partir da análise do sangue coletado de pacientes recuperados do Covid-19.
Entre cerca de 20 anticorpos testados, 4 deles puderam evitar a entrada do vírus na célula.
Apesar de as substâncias não serem vacinas, caso as pesquisas progridam positivamente, poderão ser utilizadas para prevenir o coronavírus em pessoas que estão no grupo de risco. Alemanha e EUA também lideram pesquisas para prevenir a infecção pelo vírus.
No Brasil, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) trabalham arduamente para fabricar uma vacina.
Ela baseia-se na introdução de moléculas sintetizadas de RNA que contenham instruções para a produção de proteína, de modo que o sistema imunológico possa reconhecê-las e identificar o combate ao vírus.
Equipamentos para auxiliar no tratamento
Em parceria com o governo do estado, a Fundação Oswaldo Cruz cedeu equipamentos para realizar testes do coronavírus em maior escala e velocidade. Tais testes serão utilizados nos laboratórios para diagnosticar a presença do anticorpo no paciente.
Além do material para a confirmação da suspeita, entretanto, há uma corrida na busca por equipamentos fundamentais para o tratamento da Covid-19, especialmente em casos que evoluem para a forma grave.
No Brasil, fábricas já estão se adaptando para produzir respiradores e equipamentos de proteção, como a máscara, em grande escala.
Isso se deve principalmente à hipótese de sobrecarga no sistema público de saúde e ao cenário projetado de falta de instrumentos para o tratamento, caso haja escalada no número de casos confirmados. No país, a Mercedes-Benz será a primeira a montar respiradores a baixo custo.
Pesquisas em andamento
A corrida contra o tempo para o fim do bloqueio global em virtude do coronavírus e para a manutenção da saúde da população faz com que pesquisas recentes se voltem para a busca de tratamentos já utilizados e comprovadamente eficazes no combate de doenças.
Isso porque a investigação de novos métodos para tratamentos do coronavírus pode levar anos, o que não é viável. Assim, pretende-se encontrar substâncias compatíveis para a cura.
Nesse sentido, a Inteligência Artificial (IA) contribui de maneira significativa. Por meio de computadores, é possível processar uma grande quantidade de dados e encontrar as fórmulas que melhor funcionam para o combate do Covid-19.
Muitas empresas, inclusive, já se colocaram à disposição dos pesquisadores para oferecer serviços de computação.
Um empecilho, entretanto, tem sido a indústria farmacêutica. Em meio à crise, ela resiste a ceder o acesso ao banco de dados para a identificação de fórmulas eficazes contra o vírus.
O mundo, hoje, assiste a uma corrida sem precedentes na história. Enquanto autoridades tentam conter a circulação de pessoas, o contágio e os impactos do vírus na economia mundial, cientistas de diversos países trabalham para entender as formas mais eficazes de tratamento.
Nesse sentido, diversas iniciativas e pesquisas estão em andamento para o desenvolvimento de tratamentos do coronavírus, como as elencadas neste texto.
Elas prometem oferecer respostas mais ágeis do que o comum. O que se espera é identificar os métodos seguros de imunização, além de fármacos que podem impedir a progressão da doença para casos mais graves — especialmente para aqueles que se encontram nos grupos de risco.