Renda familiar: aposentadoria tem peso importante segundo PNAD
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua foi divulgada no fim de abril. Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela revelou alguns dados de grande relevância sobre os aposentados e 60+. Um dos primeiros pontos é que o dinheiro dos aposentados ajuda a compor a renda familiar com mais força em alguns estados.
Enquanto no Brasil a participação da aposentadoria e pensão na composição do rendimento médio familiar é de 17,5% (2023), em boa parte dos estados esse número ultrapassa a média.
Isso acontece nos seguintes estados:
- Maranhão (18,1%);
- Piauí (23,3%);
- Ceará (22,1%);
- Rio Grande do Norte (26,6%);
- Paraíba (20,4%);
- Pernambuco (21,7%);
- Alagoas (20,4%);
- Sergipe (20,5%);
- Bahia (20,8%);
- Minas Gerais (17,7%);
- Espírito Santo (17,6%); e
- Rio Grande do Sul (21,6%).
No Rio de Janeiro, por exemplo, as aposentadorias e pensões respondem por 20,8% da renda familiar, segundo a PNAD Contínua.
Em alguns estados, esses benefícios vêm ganhando, pouco a pouco, mais peso na renda familiar ao longo dos últimos anos. Em São Paulo, por exemplo, corresponderam, em 2023, a 16% da renda dos lares. No entanto, em 2021, essa porcentagem era de 15,8% e, em 2022, de 15,9%.
Segundo o diretor do Instituto de Longevidade MAG, Gleisson Rubin, uma participação maior da renda dos idosos na composição da renda familiar é uma tendência que deve se aprofundar em razão do aumento da longevidade. Isso significa um número maior de pessoas habilitadas a acessar os benefícios de aposentadoria e de pensão, especialmente em estados com maior nível de formalização do trabalho.
“São Paulo é um exemplo. Em 2021, o INSS concedeu 142.697 pedidos no estado. Em 2022, foram 25% a mais, ou seja, 178.241 pedidos. Com mais aposentados nos lares, é natural que eles respondam por uma fatia maior da composição de renda média familiar”.
PNAD Contínua mostra rendimento mensal dos 60+
O aumento da expectativa de vida, que é de 75,5 anos segundo a última atualização do IBGE, e a importância das aposentadorias e pensões na renda familiar do brasileiro também devem gerar desafios.
“À medida que as pessoas vão se tornando mais longevas, cresce também a necessidade de pagamento dos benefícios de aposentadoria e pensão por um período igualmente mais longo. Para sustentar essa demanda adicional, precisaríamos que as gerações mais jovens conseguissem sustentar essa balança, o que já sabemos que não irá acontecer”, diz o executivo.
No Brasil, a PNAD Contínua mostrou que o rendimento médio mensal das pessoas com 60 anos ou mais no Brasil em 2023 foi de R$ 3.518. Considerando apenas o rendimento médio de aposentadorias e pensões no país, esse valor foi de R$ 2.408 no mesmo ano. Dessa forma, apenas para se comparar, o rendimento médio dos brasileiros, independentemente da idade, foi de R$ 2.846.