Previdência privada ou poupança? Saiba escolher
Previdência privada ou poupança? Fazer um pé de meia é essencial para quem quer manter seu padrão de vida na aposentadoria. De fato, hoje não é possível viver só com a previdência social, uma vez que a aposentadoria oferecida pelo INSS geralmente é menor do que sua renda recebida na ativa (de cada 3 aposentados, 2 recebem 1 salário mínimo).
Mas, pior do que receber pouco, é ter a perspectiva (cada vez mais real) de não receber nada. Com a previdência social respondendo por 97% do rombo nas contas públicas (alcançando a marca indigesta de R$ 149,7 bilhões, em 2016), não é preciso ser nenhum Nostradamus para desconfiar que o sistema público de aposentadorias deve quebrar por completo dentro de poucas décadas.
Se isso não ocorrer, as sucessivas reformas previdenciárias (como a que está em curso no Congresso) tendem a inviabilizar a possibilidade de se aposentar e receber do INSS algo digno para manter sua sobrevivência.
Por todos esses fatos, quem está na ativa e tem menos de 40 anos não pode nem pensar em deixar de criar reservas financeiras durante sua vida. Essas reservas podem servir também para acumulação de bens para os filhos ou como fundo de emergência caso haja algum imprevisto. Você tem feito isso?
Se você responderia “sim” porque coloca todos os meses parte do seu dinheiro na caderneta de poupança, lamento, mas você não está se preparando para construir uma estabilidade financeira realmente sólida. Previdência privada ou poupança? As próximas linhas vão te mostrar porque você deve ficar com a primeira.
Previdência Privada ou poupança?
Ok, se você não tem certeza se a poupança é tão pior assim do que a previdência privada, é interessante sistematizar cada um dos investimentos a partir das suas perspectivas de rentabilidade. E é isso que vamos fazer agora.
Muita gente investe em poupança sem saber sua fórmula de rendimento. O resultado é que essas pessoas acabam não percebendo que a caderneta é um instrumento de estagnação financeira (quando não, de empobrecimento). Afinal, quantas pessoas que você conhece ficaram ricas aplicando em poupança?
Também pudera. A caderneta de poupança rende da seguinte forma:
- 0,5% ao mês, sempre que a taxa Selic for superior a 8,5% ao ano (+TR) ou
- 70% Selic anual, mensalizada, sempre que esta for igual ou inferior a 8,5% ao ano (+TR).
No primeiro cenário, a poupança rende 6% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR); no segundo, pode render ainda menos. Vamos tomar como exemplo a perspectiva da Selic para o final de 2017. Segundo a maioria dos analistas de mercado, há a expectativa de que o índice alcance os 7% em dezembro.
Nesse cenário, a caderneta renderia 4,9% ao ano (70% de 7%), mais a TR. Com esses números, podemos garantir que 90% de todas as aplicações financeiras do mercado têm potencial para render bem mais do que isso…que o diga a previdência privada.
A rentabilidade da previdência privada varia de acordo com o fundo escolhido, mas já podemos adiantar, de cara, que não é nada difícil que seu plano supere de longe os rendimentos da caderneta de poupança. E agora? Ainda na dúvida entre Previdência privada ou poupança? Provavelmente não, certo?
Previdência privada é um investimento seguro?
De forma geral, a previdência privada é uma aplicação de baixo risco (desde que seja escolhida uma empresa com solidez no mercado) e é essa descoberta que tem feito muitos brasileiros migrarem para esse tipo de investimento. A procura vem sendo tão intensa que, em meio a notícias de reforma da previdência pública, o mês de dezembro de 2016 registrou um aumento impressionante de 300% na busca por esses planos (isso mesmo!).
Essa explosão recente de novos contratos de previdência privada não ocorre apenas pela iminência de reformas no modelo público de aposentadoria. É pela credibilidade que esse tipo de investimento tem mostrado ao mercado.
Os planos de previdência privada normalmente investem a maior parte dos recursos em títulos do governo e outros papéis de baixo risco, como os atrelados aos juros básicos da economia. Essa característica de gestão é o que torna essa aplicação menos arriscada do que outros investimentos do mercado financeiro, como os que misturam ativos de renda fixa e renda variável (caso dos fundos multimercados).
A poupança é isenta de imposto de renda e não tem taxa de administração. No entanto, o rendimento da poupança é menor, em média 6,5% ao ano, enquanto a previdência privada rende de acordo com o fundo escolhido.
Na melhor cenário de previdência privada (VGBL com tributação regressiva, por mais de 10 anos), é possível pagar apenas 10% de IR no resgate, e apenas sobre os rendimentos (e não sobre o total investido).
Como a previdência privada registra usualmente performance muito melhor do que a caderneta, nem a isenção de IR costuma torná-la interessante. Previdência privada ou poupança? Os fatos e, principalmente, o histórico de rentabilidade, não nos deixam dúvida com relação à resposta.
Conclusão
Seu dicionário de investimentos, até aqui, só tinha um nome (poupança)? Então chegou a hora de diversificar, de romper com a estagnação decorrente do desconhecimento das oportunidades de mercado.
Você já percebeu que a caderneta não é dos melhores investimentos que um cidadão pode fazer no Brasil (a coisa é tão séria que muitos especialistas nem sequer consideram a poupança uma aplicação financeira). Pois bem. Agora cabe a você estudar e mudar a história de sua vida financeira.
Crise é uma palavra muito mais ligada às nossas escolhas do que a um mero azar ou à falta de oportunidades. Quem tem avidez pelo conhecimento abre sempre novas portas para transformar seu destino (e os exemplos de sucesso são vastos para comprovar isso).
Previdência privada ou poupança? Se você chegou até o final deste artigo, é porque tem interesse em se especializar, em dominar os investimentos e aprender a fazer o dinheiro trabalhar para você.
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