Investir com pouco dinheiro: veja como é possível

Por que será que o brasileiro tem tanta dificuldade em poupar ou investir com pouco dinheiro? Nos Estados Unidos, por exemplo, se contarmos só o investimento em ações, chegamos ao incrível percentual de 55% da população ativa no chamado stock market. E veja bem: estamos falando apenas do mercado de renda variável. Mas, e no Brasil?

No Brasil, a situação é tão crítica que uma pesquisa realizada há alguns anos resolveu chamar a atenção para a baixa participação nacional no mercado financeiro.

E isso foi feito de uma maneira bem curiosa: em 2013, o levantamento mostrou que havia praticamente o mesmo percentual de cidadãos na cadeia que na bolsa de valores. É isso mesmo! Na época, 0,30% da população estava encarcerada, enquanto 0,29% aplicava em ações.

O detalhe é que, saindo da renda variável e abrindo o leque para qualquer investimento, os números também não são nada animadores: 65% da população não tem dinheiro guardado, mesmo sendo perfeitamente possível multiplicar seu patrimônio ao investir pequenas quantias. Para tanto, basta ter regularidade e inteligência.

Não quer fazer parte dessa estatística sombria que acabamos de citar? Então fique atento, porque vamos ensiná-lo a investir com pouco dinheiro de forma estratégica e, assim, mudar sua história financeira. Vamos lá?

Investir com pouco dinheiro e ganhar muito

O grande segredo para chegar no longo prazo com um bom capital acumulado (e até enriquecer) é ter um controle minucioso de suas receitas e despesas, definir objetivos claros a serem alcançados, estabelecer metas e segui-las rigorosamente mês a mês, além de ter muita disciplina. Que tal algumas dicas para colocar tudo isso em prática?

Trace objetivos claros

Seu tempo de poupança vai ser inversamente proporcional a seu potencial de economia por mês e diretamente proporcional ao tamanho do alvo definido. Não entendeu nada? É o seguinte: quanto maior o valor do bem que você quer alcançar, maior será o tempo de formação desse capital. E quanto maior for sua capacidade de juntar dinheiro, menor será o tempo de sacrifício.

Não é segredo para ninguém que não se atinge um alvo sem saber onde ele está, certo? Assim, a origem de tudo está no objetivo de longo prazo. Pensando nisso, vamos continuar as dicas supondo que seu objetivo seja chegar a seu 1º milhão de reais, ok?

 

 

 

 

 

Faça um planejamento financeiro

Você vai separar suas receitas e despesas de forma rígida, em uma planilha ou em um software de orçamento doméstico. A proposta aqui é detectar desperdícios e gastos supérfluos que devem ser cortados ou ao menos renegociados. Independentemente do seu salário, é importante que você tenha um percentual fixo para investir.

Imaginemos que, depois desse redesenho, você chegue a uma brecha de 500 reais para investir em seu alvo — que é o primeiro milhão. Você vai investir com pouco dinheiro, mas de forma perene e pensando no longo prazo.

Tenha (muita) disciplina

Sabemos que é difícil convencê-lo neste momento, em que você não tem dinheiro guardado ou tem só uma quantia pequena, que conseguirá chegar a seu primeiro milhão em 20 anos. Sim, o início é a fase mais complicada do processo. Aqui entra a palavra-chave dessa missão: disciplina.

Estabelecido um valor por mês a ser aplicado, não se desvie dessa meta em hipótese alguma. É como se você perdesse esse 500 reais do seu salário ou como se tivesse uma conta fixa desse valor mensalmente, combinado? Lembre-se: esse recurso não está mais disponível para outro direcionamento que não seja seu futuro.

Estude o mercado financeiro

Na prática, são muitas as alternativas possíveis para você investir com pouco dinheiro e multiplicar seu patrimônio. O detalhe é que algumas delas não são tão interessantes. Cabe a você estudar o mercado de renda fixa e variável, a fim de construir uma carteira de investimentos diversificada e com boa relação entre risco e retorno.

Você pode compor sua carteira com fundos de previdência privada, Tesouro Direto e CDB, por exemplo. Tudo depende do seu perfil de investidor, da sua experiência no mercado e, é claro, dos seus alvos.

Busque ajuda de uma corretora ou assessoria

Muitas corretoras já oferecem, atrelados a suas atividades, serviços de assessoria de investimentos para ajudá-lo em seu processo de decisão. Mesmo para quem opta pela segurança dos fundos de previdência privada, algumas decisões inevitavelmente aparecerão pelo caminho.

PGBL ou VGBL? Tabela regressiva ou progressiva? Fundos mais agressivos ou aqueles que investem mais em renda fixa? Busque auxílio profissional para servir como uma espécie de coach em seu processo de crescimento financeiro

A dificuldade do brasileiro em poupar

A literatura especializada é abundante em estudos que relacionam a falta do hábito nacional em guardar recursos com nosso passado econômico de altíssima instabilidade.

Nas décadas de 80 e 90, com inflação mensal média de 80%, era simplesmente impossível fazer qualquer tipo de planejamento financeiro, fazendo-se um verdadeiro malabarismo doméstico só para proteger o poder de compra das famílias. Na época, não fazia sentido guardar dinheiro se dali a 2 meses ele não valeria nada.

O problema é que, em 1994, veio o Plano Real, estabilizando a economia. Ao que parece, porém, isso não foi suficiente para que o brasileiro redesenhasse seus hábitos de consumo, passando a privilegiar a poupança em detrimento do gasto desordenado. E a herança dessa postura é amarga: 66% dos aposentados vivendo com um salário mínimo.

O perigo da reforma da previdência para quem não tem investimentos

Está lembrando que, com a iminente reforma da previdência, vai ser ainda mais difícil se aposentar? Pior que isso é pensar que a população está envelhecendo, o que significa que teremos cada vez menos pessoas contribuindo para a previdência social e cada vez mais aposentados dependendo do INSS.

Não é preciso ser especialista para desconfiar que essa corda vai estourar, não é mesmo? E quando isso acontecer, você estará preparado para se virar sozinho?

Use o presente para semear um futuro de independência financeira e tranquilidade! Você pode fazer isso ao investir com pouco dinheiro, desde que comece o quanto antes e de forma constante.

Para fins didáticos, vamos imaginar que a taxa Selic se mantenha em uma média de 9% nos próximos 10 anos e a inflação, em torno dos 4,5%.

Considerando alguém que invista inicialmente 25 mil no Tesouro Selic e que coloque mensalmente 500 reais nessa aplicação, uma década depois, esse nosso investidor hipotético terá chegado a um capital de 136.842,25 reais!

Nada mau, não acha? Essa simulação foi feita nesta página, que permite que você faça outras com base em seu contexto econômico específico. Assim, perceberá que é possível chegar a grandes montantes mesmo com um pequeno esforço mensal.

Percebeu como investir com pouco dinheiro é possível? Aliás, mais que isso, dá para multiplicar seu patrimônio significativamente.

Gostou das nossas dicas e já está doido para começar essa caminhada? Antes, tire um minuto para compartilhar este conteúdo em suas redes sociais para incentivar amigos e familiares a fazerem o mesmo!