Qual é a idade para começar a investir? Descubra aqui!
A recessão econômica crônica, a iminente reforma da previdência, bem como os recentes questionamentos sobre o papel do Estado na provisão de auxílio social à população fizeram muitos brasileiros despertarem pela primeira vez para a necessidade de guardar dinheiro e aprender a enxergar as oportunidades do mercado. Nesse momento, o que muitos se perguntam é: será que ainda há tempo? Afinal, existe idade para começar a investir?
Enquanto nos Estados Unidos mais de 70% da população guarda alguma parcela de seus rendimentos para investir, no Brasil, só 23% da população tem algum tipo de aplicação, sendo que 38% não conhecem nenhum produto financeiro oferecido por corretoras, seguradoras e bancos.
O resultado da falta de preparação para o futuro pode ser visto nos quase 60% de brasileiros endividados, ou nas dificuldades de sobrevivência dos 63% de aposentados que recebem apenas um salário mínimo.
Você não quer entrar para essas estatísticas, certo? Então, fique de olho, porque vamos explicar se existe faixa etária limite para poupar e investir, bem como o que deve ser considerado nesse momento de decisão. Confira!
Qual a idade para começar a investir?
De forma geral, não existe idade certa para começar a investir, uma vez que o prazo de retorno varia de acordo com o investimento escolhido. Na verdade, a diferença fundamental entre investidores jovens e mais maduros está no tempo disponível para se recuperar eventuais perdas.
O que também muda em relação à idade são as disposições, o know-how e as expectativas em torno dos investimentos. Nesse sentido, podemos dizer que investidores jovens têm mais tempo para corrigir flutuações negativas em sua carteira. Em compensação, a experiência e a resiliência dos mais velhos podem fazer falta.
Outra variável importante é o grau de solidez financeira do investidor. Afinal, quanto maior é seu patrimônio, mais liberdade tem para se arriscar com um pequeno percentual do seu capital. Com algumas exceções, essa estabilidade só costuma chegar depois dos 40.
Veja que as virtudes de um hipotético investidor de excelência estão distribuídas entre as características comuns a jovens e adultos. O que vai definir o sucesso financeiro, portanto, não é pura e simplesmente a idade, mas a estratégia escolhida, o grau de estudo do mercado e a construção de uma carteira alinhada com os objetivos e prazos de retorno.
Existe um melhor momento para aplicar em cada ativo?
Independentemente da faixa etária, é unânime a recomendação para o investidor construir uma carteira diversificada. Já ouviu aquele ditado que diz para não colocarmos todos os ovos na mesma cesta?
O principal objetivo da diversificação é diluir os riscos por meio da junção de um conjunto de ativos que se complementam, fazendo com que a variação da carteira tenha flutuações menos abruptas, com melhores resultados médios.
De todo modo, existem sim alguns direcionamentos sobre o timing ideal para centralizar atenções em cada ativo, de acordo com seu potencial de risco e rentabilidade. Vejamos alguns casos!
Caderneta de poupança
A rentabilidade da poupança é uma das menores entre os investimentos do mercado, o que exige longo prazo para se obter algum retorno visível. O problema é que, como a rentabilidade bruta da caderneta costuma ser mínima (em 2017, por exemplo, foi de apenas 6,16%), a inflação acumulada ao longo do tempo tende a corroer o capital obtido.
Não há, portanto, idade certa para começar a investir na poupança. A lógica aqui é uma só: prazo curto gera retorno bruto baixo, enquanto prazo longo traz retorno líquido mínimo. Por essa característica e dada a sua facilidade de resgate, o ideal é que a poupança seja destinada apenas a abrigar uma pequena reserva de emergência.
Mercado de ações
Assim como derivativos e câmbio, o mercado acionário oscila de acordo com a regra de oferta versus procura. Esses ativos pertencem à chamada renda variável: por um lado, é marcada pela oscilação mais alta; por outro, também tem potencial de retorno mais elevado.
Em função do risco considerável desse tipo de aplicação, embora não haja idade certa para começar a investir, existem maneiras mais adequadas de trabalhar com tais ativos, de acordo com seu tempo disponível para retorno.
Para os mais velhos, experientes ou não, e para os jovens inexperientes, é mais seguro começar com ações em position trade. Trata-se de uma estratégia que foca em adquirir ações de empresas com bons fundamentos, no início de sua tendência de alta.
A compra permanece por um prazo mais longo, de meses ou até anos, em vez de usar o pregão apenas com fins especulativos. Isso reduz os riscos de perdas, já que há tempo para a volatilidade diária ser naturalmente corrigida.
Por outro lado, os jovens com experiência em investimentos podem dedicar uma pequena parte da sua carteira para o swing trade, operação que dura dias ou semanas, ou até mesmo para o day trade, transação puramente especulativa, que costuma ser iniciada e encerrada em um mesmo dia.
Tesouro Direto
Por mais que não haja idade certa para começar a investir em Tesouro Direto, precisamos explicar que existem basicamente três tipos de títulos públicos dessa natureza, cada um deles vinculado a um gatilho diferente. A diferença entre os papéis muda o tempo ideal de aplicação. Entenda!
Tesouro prefixado
Indicados para momentos de queda da Selic, com consequente inflação, esses títulos pagam uma taxa definida previamente, no momento da compra dos papéis. Por serem mais previsíveis, são ideais para o longo prazo, quando se planeja chegar a um determinado resultado financeiro na data do vencimento.
Tesouro Selic
Título pós-fixado atrelado à variação da taxa básica de juros da economia — a famosa taxa Selic. Como é uma aplicação mais conservadora, de baixo risco, é indicada para o curto prazo. Por ser voltada para objetivos a serem atingidos em um período de tempo menor, a idade do investidor não influencia no potencial retorno futuro.
Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título híbrido, com parte pós e parte prefixada, que remunera a variação da inflação medida pelo IPCA, além de uma taxa prefixada. Exatamente por essa característica, é o único ativo do Tesouro com ganho real assegurado, mais indicado para aplicações de longo prazo.
Nesse caso, embora não haja idade máxima para começar a investir, recomenda-se um tempo de aplicação mais extenso, de no mínimo 10 anos.
Previdência privada
A previdência privada é aquele investimento fundamental na carteira de qualquer investidor que deseja ter uma aposentadoria tranquila e independente do benefício do INSS — cada vez mais improvável no futuro, aliás.
Seja no modelo PGBL ou no VGBL, não existe idade certa para começar a investir em previdência privada. Entretanto, apesar de não existirem restrições oficiais, a questão aqui é fazer um cálculo de rentabilidade para entender quanto você tem que contribuir mensalmente até a data da sua aposentadoria para alcançar a renda mensal desejada na terceira idade.
Se você iniciar seus aportes aos 40 anos, desejando parar de trabalhar aos 65 com uma renda mensal de 8 mil reais, por exemplo, precisará fazer um investimento mensal mais elevado do que se tivesse começado aos 25, almejando obter o mesmo valor, na mesma idade.
O tempo de acumulação para garantir um complemento de renda varia de pessoa para pessoa, mas especialistas indicam que é preciso, de forma geral, um tempo mínimo de 15 anos de esforço financeiro ininterrupto. Se você aceitar se aposentar aos 70, por exemplo, a entrada em um plano de previdência aos 55 anos não é tardia.
Agora que você se deu conta de que não há idade certa para começar a investir e que talvez tenha chegado a hora de encarar esse assunto com a seriedade que o tema merece, não perca mais nem 1 segundo! Entre em contato conosco e mude seu futuro ao promover uma mudança de atitude no presente!