Investimentos Inteligentes: vá além da poupança
No tempo em que o guaraná tinha rolha, as pessoas guardavam dinheiro embaixo do colchão. Depois veio a década perdida com a inflação desmedida e o brasileiro só pensava em sobreviver ao mês, sem uma sobra para guardar dinheiro. Com a melhora da economia, com o Plano Real, a população começou a aprender em investir na poupança. Hoje educação financeira já começou a ser pauta da mesa de jantar familiar, mas muitas pessoas ainda desconhecem o amplo portfólio de aplicações existentes e não sabem como fazer investimentos inteligentes além da poupança.
De acordo com o planejador financeiro, Jansen da Costa, dá para fazer diferente e investir para fazer o dinheiro render e trabalhar por você, otimizando, assim, o valor poupado. Conheça as modalidades mais comuns e faça investimentos inteligentes, aplicando melhor o seu dinheiro de acordo com as dicas do especialista.
“Poupança já não vale a pena”
Foi-se a época em que o brasileiro conseguia aplicar suas economias em um investimento conservador – caso da poupança – e garantir alta rentabilidade. Se no início do Plano Real, em 1994, este tipo de investimento rendia cerca de 40% todos os anos, atualmente a média é de pouco mais de 6% ao ano. Mesmo assim, de acordo com dados da pesquisa Ibope de 2011, ela continuava sendo o tipo de investimento preferido dos brasileiros, com mais de 44% da aderência nacional.
Basta pensar nas regras para rendimento na caderneta de poupança, alteradas em 2012 pelo Governo Federal, para constatar essa nova realidade. Se antes o investidor tinha rentabilidade de 0,5% ao mês + a variação da TR (Taxa Referencial, obtida a partir das taxas médias dos Certificados de Depósitos Bancários), hoje o rendimento é restrito aos mesmos 0,5 % ao mês + TR, quando a taxa Selic – também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira – é maior ou igual a 8,5% ao ano. Se a Selic for menor do que 8,5% ao ano, o rendimento cai para 70% da Selic + TR.
Por não ser um cálculo simples, a Calculadora do Cidadão , ferramenta do Banco Central, é uma boa opção saber a correção da poupança sob seus rendimentos. Mas se esse rendimento for menor do que a inflação, ao invés de ganhar dinheiro você estará desvalorizando suas economias.
“As pessoas acabam apostando na poupança por acreditarem ser um investimento seguro, mas o que pouca gente sabe é que se o banco falir, elas irão receber, no máximo 250 mil, que o limite de garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Se a intenção é ganhar dinheiro, é preciso se arriscar um pouco mais e ir além da simples poupança”, provoca Jansen.
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LCI
Também conhecida como Letra de Crédito Imobiliário, essa modalidade, diferente da poupança, essa é uma aplicação de renda fixa, que varia conforme o governo altera a taxa de juros. Nessa relação, quanto mais alta a taxa, maior o rendimento da renda fixa.
A LCI é um empréstimo de dinheiro que uma pessoa física pode fazer a uma instituição cujos recursos são destinados para financiar o setor imobiliário. A partir deste “contrato” a instituição financeira firma quanto irá pagar de juros em um determinado prazo.
Uma das vantagens do investimento em LCI é que, para pessoa física, esta modalidade está isenta de taxação de Imposto de Renda. Jansen dá o seguinte exemplo: se um investidor coloca 100 mil em uma poupança e o mesmo valor em um LCI, no final de 20 anos, a poupança – a um retorno de 0,53% mensais – terá gerado um saldo de R$ 355.601,69 contra R$ 1.089.255,37 da LCI – a uma rentabilidade de 1% ao mês.
Títulos Públicos
Essa é outra modalidade de investimento de renda fixa que corresponde aos títulos emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de arrecadar recursos para o financiamento da dívida pública. Portanto, a pessoa acaba virando credora da dívida pública do Brasil e, em troca, recebe rentabilidade em juros.
Eles podem ser pré-fixados, pós-fixados ou indexados geralmente pela inflação ou pela Selic. Se forem pré-fixados, no momento da aplicação, o investidor já sabe o quanto irá receber (exemplo: 12% ao ano). Se pós-fixados, só é possível descobrir a rentabilidade no fim do prazo do investimento. Já se forem do tipo indexados são uma mistura dos dois formatos: uma parte será definida pela variação de algum índice (pós-fixado) e outra já definida no dia da aplicação (pré-fixado).
De acordo com Jansen, o Tesouro Direto (nota do Tesouro Nacional série F) é um ótimo Título Público para investimento de pessoa física, pois sempre ganha da poupança em termos de rentabilidade e, em termos de risco, é o que apresenta o menor dentre os produtos de investimentos nacionais. É possível investir diretamente pelo site.
Debêntures Incentivadas
Bastante similares ao funcionamento dos Títulos Públicos, as Debêntures Incentivadas são títulos de dívidas emitidos por empresas particulares com o objetivo de captar recursos para projetos de grande infraestrutura, como é o exemplo de construção de rodovias e ferrovias. Ao comprar uma Debêture Incentivada, o investidor se torna um credor de uma determinada companhia.
Para pessoas físicas, este tipo de investimento também é isento de Imposto de Renda. No que tange o rendimento, algumas Debêntures atreladas à CDI – taxa de principal referência para aplicações de renda fixa – se aproximam dos juros básicos da Selic, outras oferecem uma taxa de juros pré-fixada (10% ao ano, por exemplo) e há ainda outras que pagam uma taxa de juros pré-fixada mais a variação da inflação, medido oficialmente pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (exemplo: 6% + IPCA).
Fundos de investimento
Um fundo de investimento funciona como um condomínio de um prédio que, ao invés de moradores, reúne um conjunto de investidores com o objetivo de ter lucro a partir da aquisição de uma carteira formada por diferentes tipos de investimentos (a previdência privada é uma delas). As tarefas desta carteira são administradas pela figura do gestor de ativos, um especialista pago pelo investidor, para tomar decisões sobre como aplicar o dinheiro da melhor forma.
Os fundos de investimento são excelentes opções de acordo com Jansen, mas, para que tenham o retorno esperado, é preciso ficar de olho nos valores das taxas de administração para fugir de valores abusivos. “O ideal é pesquisar e comparar as variações dos produtos em diferentes bancos e corretoras e deixar essa tarefa para o profissional que entende do mercado financeiro. Investir por conta própria pode causar o evento contrário e destruir as suas economias”, completa ele.
Se você gostaria de conhecer mais sobre investimentos inteligentes e sobre como investir melhor, acesse o site da corretora Fatorial Investimentos – parceira da XP Investimentos – para saber mais sobre estes e outros investimentos e contar com as dicas do especialista Jansen da Costa. E, para empregar bem sua renda, continue acompanhando nosso blog 😉