O que é cooperativismo e como ele funciona? Entenda

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ícone de calendário indicando a data da publicação​ Criado em 11/06/2021 | Atualizado em 04/02/2023

Para entender o que é cooperativismo, podemos começar pelo significado da palavra. Cooperativismo, segundo o Dicionário Michaelis, é um “sistema econômico e social em que a cooperação é a base sobre a qual se constroem atividades econômicas (industriais, comerciais etc.)”.

Na definição do termo, temos ainda a explicação de que “o cooperativismo consiste na primazia das pessoas na economia e na cooperação de todos para a consecução do bem comum”.

Contudo, vale também buscar explicações mais amplas para este conceito que, já há algum tempo, vem se popularizando. Continue lendo para entender o que é cooperativismo, quais são seus princípios, que benefícios oferece e muito mais!

O que é cooperativismo?

Se formos à história do cooperativismo, nos remeteremos à Escócia de 1761, onde foi formada a Sociedade de Tecelões de Fenwick. Nessa organização, os trabalhadores escoavam suas mercadorias com preços mais atrativos que os lojistas.

Esse é o registro mais antigo e, é importante frisar, rudimentar do cooperativismo. Depois disso, começaram a surgir cooperativas nas mais remotas regiões. Da Europa Ocidental ao Japão, passando pela América do Norte em meados do século XIX.

Em 1844, surgiu o Movimento Cooperativo fundado pelos Pioneiros de Rochdale. Eles eram um grupo de 28 artesãos que trabalhavam em indústrias de algodão nesta cidadezinha localizada no norte da Inglaterra.

Depois, esse modelo foi aplicado para serviços financeiros — nasceu a primeira cooperativa de crédito na Alemanha, em 1862. Em 1895, aconteceu a Aliança Cooperativa Internacional, considerado o primeiro congresso que reuniu cooperativas de vários países.

Apesar dessa rica história, ao responder o que é cooperativismo hoje, precisamos fazer algumas atualizações conceituais. Segundo a Organização das Cooperativas do Brasil (Sistema OCB), trata-se de uma filosofia de vida na qual o objetivo primordial é a união dos desenvolvimentos econômico e social. Assim, caminha-se para a transformação do mundo, com forte atuação local, mas também contribuindo para o global.

Na prática, estamos falando da união de forças de trabalhadores ou consumidores. Cada vez mais, o cooperativismo aponta para o coletivismo aliando produtividade e sustentabilidade, nos mais diversos ramos de atuação.

Qual é a história do cooperativismo no Brasil?

No Brasil, o cooperativismo tem uma história que remonta o século XVII. No entanto, somente a partir de 1971 é que ele se torna uma política de Estado — a Lei 5.764 passa a definir a Política Nacional de Cooperativismo.

Outros marcos importantes para entendermos o que é o cooperativismo no Brasil são:

• o surgimento da primeira cooperativa de consumo: 1889, em Ouro Preto/MG;

• a inauguração da primeira cooperativa de crédito 100% brasileira: 1902, no Rio Grande do Sul;

• os primórdios do cooperativismo agropecuário nacional: 1906;

• a promulgação da Lei 5.764/71, que explicitava ainda mais as regras para a criação de cooperativas, mas também impunha alguns limites bem agressivos: 1971;

• a expansão dos horizontes para o cooperativismo nacional, com a Constituição de 1988 — coibindo, por exemplo, a intervenção estatal e conferindo poder de autogestão às cooperativas.

A partir de 1995, o movimento cooperativista passou a ganhar bastante fôlego no Brasil. Em 1998, o Sistema S (que abarca Sebrae, Sesc, Senac e Senai) criou o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), uma instituição que visa promover a cultura cooperativista no país.

Atualmente, podemos ver a Lei 12.690/2012, o amparo legal mais moderno. Ela atualizou as normativas e trouxe um verniz mais inovador às cooperativas nacionais.

Em suma, são milhares de cooperativas atuando nos mais diversos ramos hoje no Brasil. Para termos uma ideia, o Sistema OCB tem, atualmente, 5.314 cooperativas filiadas.

Como o cooperativismo funciona?

O cooperativismo abrange uma série de tipos de cooperativas: de consumo, de trabalho, de crédito — é muito importante não confundir cooperativas e bancos —, de habitação, agropecuárias etc.

Em resumo, podemos dizer que o cooperativismo funciona por meio do compartilhamento de valores, ideias e força de trabalho. E isso é realizado sempre com administração colaborativa, visando que todos os envolvidos se beneficiem e alcancem os objetivos estabelecidos.

Neste sentido, é impossível pensarmos o cooperativismo sem que valores como democracia, solidariedade, igualdade e responsabilidade estejam presentes. Diferentemente de outras formas de associação, nas cooperativas, busca-se sempre o equilíbrio entre os anseios individuais, o coletivo e o social.

Que princípios fundamentam o cooperativismo?

Outra forma de sabermos o que é cooperativismo em profundidade é olhando para os princípios que regem essa filosofia. Eles são sete. Confira, a seguir.

Associação voluntária e aberta

A natureza das cooperativas é a voluntariedade. Elas são abertas a todos capazes de produzir e usar seus serviços e assumir responsabilidades associativas.

Com isso, não há lugares para discriminação de nenhum tipo: de gênero, de raça, de ideologia política ou religiosa.

Controle democrático de membros

O controle das cooperativas é realizado por seus membros. Eles devem participar ativamente na elaboração de normativas, bem como nas tomadas de decisão.

Os representantes eleitos respondem perante os membros. Nas cooperativas primárias, os membros têm direitos iguais de voto. E aquelas que estão em outros níveis são organizadas de forma democrática.

Participação econômica dos membros

A contribuição dos membros deve ser equitativa, bem como o controle do capital das cooperativas precisa ser regido por princípios democráticos. O que se espera é que ao menos parte desse capital seja propriedade comum de todos os cooperados.

Os membros geralmente recebem uma remuneração limitada, se houver, sobre o capital subscrito como condição para ser membro. Eles alocam os excedentes para qualquer um ou todos os seguintes fins:

• desenvolver a cooperativa, possivelmente por meio da constituição de reservas, parte das quais, pelo menos, seria indivisível;

• beneficiar os associados na proporção de suas transações com a cooperativa;

• apoiar outras atividades aprovadas pelos membros.

Autonomia e independência

As cooperativas são organizações autônomas de autoajuda controladas por seus membros. Firmam-se acordos com outras organizações, inclusive governos, ou levantam capital de fontes externas. Elas o fazem em termos que garantem o controle democrático de seus membros e mantenham sua autonomia cooperativa.

Educação, treinamento e informações

Outro princípio é o que diz respeito à educação e ao treinamento dos associados das cooperativas. Também dos representantes eleitos, gestores e funcionários. Com isso, garantem que eles possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento cooperativo.

Cooperação entre cooperativas

As cooperativas atendem seus membros de maneira mais eficaz e fortalecem o movimento cooperativo trabalhando em conjunto por meio de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais.

Preocupação com a comunidade

Enquanto se concentram nas necessidades dos membros, as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades por meio de políticas aceitas por seus membros.

Quais são os benefícios do cooperativismo?

Olhando para as premissas do cooperativismo e para tudo o que vimos até aqui, podemos dizer que o ecossistema das cooperativas é muito benéfico — para os cooperados, mas também para a sociedade como um todo.

Por meio do cooperativismo, é possível equilibrar o “apetite” das grandes corporações, gerar equidade de gênero e raça, promover a produtividade de maneira sustentável, elevar a renda de pequenos produtores e muito mais.

Quanto aos cooperados, podem somar esforços para alcançar objetivos comuns. Além disso, diversas empresas concedem benefícios e vantagens para as cooperativas, como planos de saúde, previdência privada e seguros de vida pensados especialmente para esse público.

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