Já pensou em aposentadoria flexível?
Você vai viver mais e, muito provavelmente, terá que trabalhar por mais tempo para manter o padrão de vida que você conquistou ou que está construindo. Isso porque o conceito de aposentadoria está mudando. Na medida em que as pessoas vivem por mais tempo e de forma saudável, a aposentadoria passa a ser uma etapa da vida cada vez mais ativa.
Por outro lado, se uma pessoa que trabalha por 30/35 anos, viver mais 30/35 anos aposentada, não é preciso um cálculo muito complexo para entender que a conta não fecha. No entanto, a questão é muito mais complicada e urgente. Isso porque, além da necessidade de juntar dinheiro e se planejar para esta etapa da vida, o governo e as empresas também precisarão fazer mudanças para empregar trabalhadores por mais tempo. Para isso, também será necessária a criação de condições nos regimes trabalhistas para que essas empresas vejam valor em reter funcionários além da idade tradicional.
Um novo modo de pensar a aposentadoria
A aposentadoria flexível é um dos caminhos que vai permitir que as
pessoas façam uma transição para aposentadoria. No Brasil, 41% dos trabalhadores com mais de 55 anos de idade pretendem se aposentar antes dos 65 anos. Desses, 74% esperam uma transição flexível para a aposentadoria. Dos que esperam por essa transição flexível, 77% escolheram essa opção porque sentem a necessidade de se manter ativos. Os dados são do estudo “A Nova Aposentadoria Flexível”, lançado pelo grupo Aegon, parceiro global da Mongeral Aegon no Brasil.
Segundo o levantamento, os trabalhadores de hoje estão esperando mais para se aposentar, mesmo enfrentando um grande obstáculo: a falta de vagas para idosos. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil. Para Andrea Levy, assessor especial da Mongeral Aegon e um estudioso dos impactos da longevidade na previdência, “o envelhecimento da população é um fenômeno global. A mudança em direção a uma população em idade ativa proporcionalmente menor e uma população mais velha em maior número tem perturbado os modelos de emprego tradicionais e os sistemas de seguridade social patrocinados pelos governos de todo o mundo”.
“A aposentadoria flexível, que oferece aos trabalhadores a possibilidade de fazer uma transição personalizada, pode criar oportunidades para trabalhar por mais tempo, continuar a ganhar renda e manter-se ativo e envolvido com a sociedade. Além disso, um novo modelo de aposentadoria flexível pode criar uma situação de ganho mútuo, servindo como uma poderosa ferramenta para ajudar a resolver um problema que envolve governo, seguridade social e reforma da previdência, resultante do envelhecimento da população”, complementou Levy.
A pesquisa de aposentadoria flexível
O novo relatório é baseado em dados da “Pesquisa Aegon de Planejamento para Aposentadoria 2015”, que ouviu 16 mil trabalhadores e aposentados. Ela apresenta tendências globais e perfis de 15 países, oferecendo perspectivas únicas sobre aposentadoria flexível na Europa, Américas, Ásia e Austrália, incluindo recomendações para agentes políticos, empregadores e trabalhadores.
O estudo ainda destaca outros indicadores-chave de cada país, como expectativa de vida a partir de 60 anos. No Brasil, o índice está em mais 21 anos no total, sendo 16 de vida saudável. Oito porcento da população brasileira já se encontra acima da faixa dos 65 anos, com idade média de aposentadoria de 63 e de total retirada da ativa aos 67. O engajamento dos idosos no mercado de trabalho é de 53%, número que se aproxima da média de países como Holanda, que está em 60%.
A realidade hoje
A pesquisa mostra ainda que apenas para 14% dos trabalhadores brasileiros com mais de 55 anos de idade são oferecidas oportunidades de reciclagem ou de recolocação no mercado de trabalho, contra uma média mundial de 9%. Com relação à redução da carga horária de trabalho, apenas 14% dos entrevistados disseram que seus empregadores oferecem essa opção, número pequeno se comparado aos 27% da média mundial. Mas quando o assunto é sentir-se parte da empresa, ter o sentimento de dono da companhia, os números são bastante parecidos: 47% no Brasil e 48% no resto do mundo.