Renda fixa ou tesouro direto? Veja onde investir e quais as vantagens
Renda fixa ou Tesouro Direto? Onde investir em tempos de juros baixos, inflação controlada e reaquecimento gradual da economia? Se esses são seus questionamentos, saiba que dúvidas como essas são também compartilhadas por milhares de investidores no país, muitos dos quais ainda confusos pelo cenário instável da economia nacional.
Mas é exatamente para eliminar essas indecisões que elaboramos este artigo. É aqui que você entenderá, de uma vez por todas, o que é renda fixa, qual sua relação com as variáveis macroeconômicas, bem como os melhores ativos para compor sua carteira! Veja agora!
O que é renda fixa?
Antes de escolher entre renda fixa ou Tesouro Direto, é preciso entender que entre esses dois termos não há oposição, já que os títulos públicos fazem parte da categoria de investimentos chamada “renda fixa”.
Renda fixa é qualquer aplicação financeira cujas regras de remuneração são conhecidas no momento da compra do ativo. E aqui entram títulos privados, como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Câmbio, Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI); e públicos (Tesouro Direto). Até a caderneta de poupança é aplicação de renda fixa.
A principal marca desses títulos é o conhecimento de sua fórmula de rentabilidade (ou seu percentual). Assim, existem duas maneiras de saber qual será o retorno de um título de renda fixa:
• rentabilidade nominada (prefixada): é quando você sabe precisamente qual o percentual de rendimento do ativo que está comprando. Por exemplo, CDB prefixado que paga 9% a.a., LCI prefixada que remunera 7,5% a.a.;
• rentabilidade atrelada a um indexador (pós-fixada): nesse cenário, você não sabe qual o percentual que será aplicado sobre seus “papéis”, mas sim qual índice vai balizar a flutuação (conhecimento indireto da rentabilidade). Seria o caso de um Tesouro Selic (que paga a variação da Selic) ou de um CDB que remunera 110% do CDI (índice quase sempre idêntico à Selic).
Renda fixa ou Tesouro Direto: como funcionam?
O conhecimento mínimo da forma de retorno é a primeira diferença entre renda fixa e variável. Afinal, se você investir em ações, não terá previamente qualquer pista de quanto seu lote vai se valorizar (ou desvalorizar) ao longo do tempo, concorda?
Mas há ainda outra distinção fundamental entre os dois tipos de investimentos: o objetivo da emissão dos títulos.
Diferentemente dos ativos de renda variável (como ações, moeda estrangeira ou ouro), os ativos de renda fixa têm em comum o fato de serem títulos emitidos por bancos, financeiras ou pelo próprio governo. O objetivo é captar recursos no mercado e, assim, garantir o financiamento de suas atividades.
O investidor compra esses títulos sob a promessa de receber o capital aportado acrescido de juros após o vencimento. Essa é a lógica não somente do CDB, como também do Tesouro Direto.
Por ter flutuação mais previsível, esses títulos são considerados de baixo risco. Além disso, alguns ativos de renda fixa (como poupança, CDB, LCI/LCA e Letras de Câmbio) são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade que assegura o ressarcimento do capital investido em caso de falência da instituição financeira.
Vamos lembrar também que a LCI e a LCA têm ainda a vantagem adicional de ser um dos poucos investimentos isentos de Imposto de Renda (IR).
Quais as suas vantagens?
Quais as vantagens da renda fixa ou Tesouro Direto, especificamente? Bom, existem inúmeras, algumas das quais você já viu acima. Mas, em resumo, a aplicação nesses títulos sempre atrai os brasileiros pelas seguintes razões:
• praticidade: a aplicação e as regras de retorno, em geral, são simples de entender, e os aportes são feitos de forma bastante desburocratizada;
• previsibilidade: o investidor tem um norte sobre o que receberá no vencimento (o investimento em dólar, por exemplo, não oferece esse conhecimento);
• boa rentabilidade: imagine aplicar em um fundo que renda quase 18% a.a.? Pois é, existem atualmente fundos de inflação com essa performance;
• baixo custo: a taxa de administração desses mesmos fundos de inflação (como o IMA-B) chega a 0,30% a.a., o que torna esse tipo de investimento extremamente atrativo. Já a maioria dos demais títulos de renda fixa podem ser investidos com taxa zero em muitas gestoras de recursos;
• valores mínimos baixos para aplicação: você pode começar a investir no Tesouro Direto, por exemplo, com apenas R$ 30;
• liquidez: trata-se da capacidade de resgatar seu capital com rapidez em caso de necessidade. Um imóvel não tem liquidez, já que pode demorar anos para ser capitalizado; um dinheiro aplicado em um CDB, por outro lado, pode ser resgatado no dia seguinte à solicitação;
• possibilidade de isenção de IR: caso da LCI/LCA;
• proteção pelo FGC: caso do CDB, LCI/LCA e Letras de Câmbio;
• diversificação da carteira: renda fixa ou Tesouro Direto permitem a diluição do risco de uma carteira composta por aplicações em renda variável.
No que consiste o título de Tesouro Direto?
Conforme é a essência da renda fixa, o Tesouro Direto nada mais é do que um título que o governo federal emite para financiar suas atividades (como infraestrutura). Como vimos, existem títulos do Tesouro prefixados, atrelados à inflação ou à taxa Selic.
Nessas aplicações, o investidor recebe o capital aportado após o vencimento, além dos juros definidos de acordo com o título. A venda antecipada pode fazer com que o investidor não receba o percentual imaginado inicialmente.
Mesmo não estando entre os ativos protegidos pelo FGC, o Tesouro Direto é considerado um dos investimentos de menor risco do mercado.
Isso porque, ainda que governo entrasse em colapso financeiro, o pagamento das dívidas internas poderia ser feito com a simples emissão de mais papel moeda (mesmo que isso causasse uma disparada da inflação).
Além disso, a cultural priorização dos governos ao pagamentos dos juros da dívida pública torna essa emissão extra algo virtualmente impossível. Tudo isso explica por que os títulos públicos se tornaram os queridinhos dos brasileiros já há alguns anos.
Qual a rentabilidade da renda fixa atualmente?
Diante de todas essas informações, qual o melhor investimento a ser feito? Tradicional renda fixa ou Tesouro Direto? Não é possível dar uma reposta matemática a essa questão (nem com aplicativos de investimento), mas alguns sinais mostram o rumo a ser seguido no momento econômico atual.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que estamos vivendo um período de queda histórica de juros. Com a Selic na casa dos 2,25% a.a., títulos atrelados aos juros perdem a atratividade (o Tesouro Selic 2025, por exemplo, está pagando atualmente 2,60% a.a.).
Outra aplicação que se desintegra em tempos de juros baixos é a caderneta de poupança, com seu rendimento de apenas 70% da Selic + TR (Taxa Referencial, que é sempre próxima de zero), quando a taxa de juros está abaixo de 8,5% a.a. Em 2019, por exemplo, a caderneta rendeu apenas 3,95%. Mas sem os ativos indexados à Selic, onde investir?
Por que vale a pena investir?
O que dissemos acima é que apenas os investimentos ligados aos juros perderam parte de sua atratividade atualmente. Mas a renda fixa ou Tesouro Direto são muito mais do que isso.
Em 2019, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) rendeu impressionantes 35,79%. Fundos de inflação Mongeral Aegon IMA-B, 17,89%. Isso sem falar nos fundos multimercados (que misturam renda fixa e variável), alguns dos quais acumularam rentabilidade próximo de 35% nos últimos 36 meses.
O segredo da renda fixa ou variável é saber aproveitar o momento econômico e conciliar os produtos ao seu perfil de risco: para quem deseja rentabilidade real (acima da inflação) e quer investir no longo prazo, por exemplo, títulos atrelados à inflação são excelentes opções.
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Com este conteúdo, você pode ver que não há oposição entre renda fixa ou Tesouro Direto, e ambos são considerados de baixo risco. Eles têm como vantagem rápida liquidez, boa rentabilidade, praticidade na hora de investir e previsibilidade, além de, em alguns casos, isenção de IR.
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