Despertar de madrugada ao som de choros e gritos do filho pode abalar o emocional de qualquer mãe ou pai. O terror noturno infantil é um distúrbio do sono relacionado a fatores como cansaço excessivo, febres ou mesmo predisposição genética.
Durante a crise, a criança demonstra sinais de medo, mas não está consciente nem reconhece quem está por perto. Embora isso cause bastante apreensão, o terror noturno infantil não prejudica a criança e vai embora com o tempo.
Evitar esse distúrbio e proteger a criança é mais fácil do que parece. Se você quer se preparar para ajudar o seu filho caso ele tenha um episódio de terror noturno infantil, continue lendo!
O que é terror noturno infantil?
O terror noturno infantil é distúrbio do sono que acontece principalmente com crianças entre três e oito anos, e desaparece com o tempo. Ele se caracteriza por episódios de perturbação e agitação, de poucos minutos, durante o sono profundo da criança.
Ela pode gritar, chorar e até suar durante um episódio de terror noturno infantil, mas a criança não acorda nem reconhece as pessoas ao redor. As crises podem assustar muito os pais, mas não representam risco grave para a criança.
Como diferenciar terror noturno infantil e pesadelo?
Quando a criança tem um pesadelo, ela está inconsciente até acordar, assustada, mais tarde. Já o terror noturno infantil acontece nas primeiras horas de sono, e a criança não costuma se lembrar de nada quando acorda. A criança pode gritar, sentar na cama e até mesmo abrir os olhos, mas é como se ela estivesse em um transe, sem reconhecer ninguém.
O ideal é não perturbar a criança durante um episódio de terror noturno infantil, pois no fim a criança volta a dormir como se nada tivesse acontecido, diferente de um pesadelo.
Sintomas do terror noturno infantil
- Gritos ou choros intensos durante o sono, sem motivo aparente;
- Enquanto dorme, a criança pode chutar, balançar os braços ou parecer estar lutando contra algo;
- Apesar de estar com os olhos abertos, a criança não reconhece os pais ou o ambiente ao redor;
- Suor excessivo, respiração acelerada e batimento cardíaco forte;
- A criança não reage a tentativas de ser acordada;
- No dia seguinte, a criança normalmente não se lembra do que aconteceu.
O que causa terror noturno infantil?
- O cérebro da criança ainda está em desenvolvimento e pode ter dificuldade em fazer transições suaves entre as fases do sono;
- Crianças com parentes que tiveram terror noturno ou sonambulismo têm maior predisposição genética ao problema;
- Dormir pouco ou ir para a cama muito cansado aumenta as chances de ter um episódio;
- Rotina de sono irregular pode afetar a qualidade do sono;
- Febres e infecções podem interferir no sono profundo;
- Um ambiente de sono barulhento ou desconfortável pode aumentar os riscos de terror noturno.
Como evitar o terror noturno infantil?
Os episódios de terror noturno infantil costumam parar de acontecer à medida que a criança envelhece, mas vale a pena seguir algumas dicas para diminuir ainda mais as chances de que isso ocorra.
1. Crie uma rotina de sono para a criança
Os pais devem estabelecer horários regulares para a criança dormir e acordar. Com uma rotina previsível, o corpo e o cérebro da criança podem se preparar para o descanso à noite, o que diminui as chances do terror noturno infantil.
Também é uma boa fazer atividades relaxantes antes de dormir, como tomar banho, ouvir uma história ou ouvir uma música calma.
2. Evite brincadeiras agitadas antes de dormir
Brincadeiras estimulantes, como jogos eletrônicos, podem deixar a criança agitada antes da hora de dormir, o que dificulta o relaxamento necessário para um sono tranquilo. É importante reservar pelo menos uma hora antes de dormir para desacelerar a mente com atividades mais calmas.
3. Acompanhe a frequência de descanso da criança
A criança tem mais chances de ter um episódio de terror noturno quando ela não descansa o suficiente. Por isso, é importante garantir que a criança durma o número adequado de horas e, se necessário, incentivar a prática de cochilos durante o dia.
4. Busque manter a criança calma durante o dia
O bem-estar da criança influencia diretamente na qualidade do sono à noite, então é importante garantir o equilíbrio emocional do seu filho com uma rotina previsível, escuta ativa durante conversas e fazendo atividades relaxantes, como desenhar, ouvir histórias ou estar em contato com a natureza.
5. Evite expor a criança a situações estressantes
Mudanças bruscas na rotina, conflitos familiares, excesso de estímulos ou pressões exageradas podem abalar o estado emocional da criança e deixá-la ansiosa, mesmo que ela não consiga expressar isso com palavras. E esse turbilhão de sentimentos pode terminar desencadeando um episódio de terror noturno infantil mais tarde.
O que fazer durante um episódio de terror noturno infantil?
- Não tente acordar a criança: despertá-la pode deixá-la ainda mais confusa, então é melhor esperar o fim do episódio de terror noturno.
- Evite falar alto ou fazer movimentos bruscos: a criança pode reagir de forma agressiva à perturbação, sem saber o que está acontecendo.
- Garanta a segurança no ambiente: mantenha o berço ou a cama protegida para que a criança não possa se machucar.
- Fique por perto até que o episódio passe: acompanhe a criança para se assegurar de que não aconteça nenhum acidente.
- Evite estímulos visuais ou sonoros: apague luzes fortes e reduza barulhos para facilitar o retorno ao sono profundo.
Como tratar terror noturno infantil?
Como o terror noturno infantil costuma fazer parte do desenvolvimento neurológico da criança, ele tende a desaparecer naturalmente com o tempo, à medida que o cérebro amadurece. Porém, se as crises forem frequentes ou muito intensas, é recomendável procurar um pediatra ou um especialista em sono infantil.
O terror noturno infantil tem cura
Qualquer pai ou mão se assustaria com uma crise de terror noturno infantil, mas é importante lembrar que esse distúrbio do sono é passageiro, e faz parte do desenvolvimento cerebral da criança. Ainda assim, vale a pena acompanhar a rotina do seu filho para ficar de olho em sua saúde e descobrir se ele tem dificuldade de aprendizagem, por exemplo.
