Comportamento

Como identificar ansiedade de separação em crianças? Veja como lidar

Sentir medo ou tristeza ao se afastar dos pais é algo que praticamente todas as crianças enfrentam em algum momento. […]

07/05/20256 mins

Criança sofre de ansiedade de separação com a mãe longe

Sentir medo ou tristeza ao se afastar dos pais é algo que praticamente todas as crianças enfrentam em algum momento. Essa sensação, conhecida como ansiedade de separação, faz parte do desenvolvimento emocional e indica que a criança está criando vínculos fortes com a sua família.

Embora seja algo natural, essa ansiedade pode se tornar um problema quando persiste além da idade esperada. A seguir, você entende as causas por trás da ansiedade de separação em crianças e aprende a lidar com ela de forma firme e acolhedora.

O que é ansiedade de separação?

A ansiedade de separação é um sentimento intenso de medo ou angústia que surge quando a criança se afasta de alguém com quem tem um vínculo forte, como os pais ou cuidadores. Nessa fase, é comum que ela chore, fique inquieta ou recuse-se a ficar com outras pessoas ao se separar dos pais.

Esse tipo de ansiedade faz parte do desenvolvimento infantil, especialmente entre 6 meses e 3 anos, quando a criança ainda está aprendendo que as pessoas continuam existindo mesmo quando estão fora de sua vista.

Qual a diferença entre ansiedade de separação e Transtorno de Ansiedade de Separação?

Enquanto a ansiedade de separação é um fenômeno comum para crianças entre 6 meses e 3 anos, o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS) é um diagnóstico clínico. Nesse caso, a ansiedade interfere de maneira importante na vida escolar, social e familiar, e pode vir acompanhada de sintomas físicos (como dores e enjoos), insônia e recusa persistente em ir para a escola ou participar de atividades longe dos pais.

A ansiedade de separação é algo passageiro e natural, porém, pode evoluir para um caso de TAS quando a ansiedade é excessiva, persistente e desproporcional para a idade da criança.

Causas da ansiedade de separação

  • O desenvolvimento natural da criança gera apego aos cuidadores, especialmente entre 6 meses e 3 anos.
  • Medo da ausência dos pais por não entender que as pessoas continuam existindo mesmo quando estão fora de vista.
  • Medo de insegurança devido a mudanças na rotina, como início da escola ou mudança de casa.
  • Situações traumáticas, como hospitalização, doenças, acidentes ou perdas aumentam a sensação de medo e abandono.
  • Separação ou divórcio dos pais podem intensificar a ansiedade de separação em crianças.
  • O nascimento de um novo irmão pode causar medo de perder a atenção dos pais.
  • Superproteção por parte dos pais pode dificultar ainda mais a separação.

Sintomas da ansiedade de separação

  • Choro intenso ao se separar dos pais ou cuidadores.
  • A criança evita situações em que precisaria ficar sem a companhia dos pais, mesmo por pouco tempo.
  • Apego excessivo, de forma que a criança se recusa a desgrudar dos pais ou a brincar de forma independente.
  • Pesadelos frequentes relacionados à separação dos pais.
  • Dores de cabeça, dor de barriga ou mal-estar antes ou durante a separação dos pais.
  • Dificuldade para dormir sozinho ou acorda à noite chorando.
  • Resistência em ir à escola ou a outros ambientes longe dos cuidadores.
  • Ter medo de que algo ruim aconteça com os pais durante a separação.

Ansiedade de separação tem tratamento?

Sim, a ansiedade de separação pode ser tratada com terapia para ajudar a criança a lidar com os pensamentos e comportamentos associados à ansiedade. Vale lembrar que a ansiedade de separação é algo natural no desenvolvimento da criança, então o tratamento é recomendado quando os sintomas são intensos ou persistem além da fase considerada normal.

Como lidar com a ansiedade de separação do filho?

É possível diminuir as causas da ansiedade de separação em crianças e contribuir para o tratamento, quando necessário, fazendo algumas mudanças na rotina com o seu filho.

1. Faça despedidas curtas com a criança

Evite prolongar despedidas ao sair de casa para trabalhar, por exemplo. Não fique se explicando, pois isso pode aumentar a ansiedade da criança.

O ideal é manter uma atitude firme, mas carinhosa: diga que vai sair, reafirme que logo estará de volta e se despeça de forma breve. Isso ajuda a criança a perceber que a separação faz parte da rotina e que não há motivo para pânico.

2. Crie uma rotina para se separar da criança

Ter uma rotina previsível antes da separação ajuda a criança a se sentir mais segura. Por exemplo, criar pequenos rituais diários, como dar um beijo, um abraço e dizer sempre a mesma frase antes de sair.

Quando a criança entende que aquele momento acontece sempre do mesmo jeito e que os pais retornam depois, ela vai, aos poucos, se sentindo mais confiante e confortável com a separação.

3. Acalme a criança com objetos de transição

Objetos de transição, como um bichinho de pelúcia, uma manta ou até uma peça de roupa com o cheiro dos pais, podem ajudar a acalmar a criança na hora da separação dos pais.

Esses itens criam uma sensação de continuidade emocional, pois representam o vínculo afetivo mesmo quando os pais não estão por perto.

4. Mantenha o diálogo aberto com o seu filho

Converse com a criança sobre seus medos e sentimentos porque, ainda que ela seja pequena, o diálogo ajuda a criar compreensão e confiança. Explique com palavras simples aonde você vai, por que é necessário se separar por um tempo e quando estará de volta.

5. Estimule a independência da criança

Incentivar a criança a fazer pequenas atividades sozinha ajuda a fazê-la se sentir mais segura quando está longe dos pais, além de desenvolver a autonomia infantil.

Quanto mais segura e confiante a criança se sente nas pequenas tarefas do dia a dia, mais preparada ela estará para enfrentar separações de forma tranquila e positiva.

Ansiedade de separação em crianças é uma fase

Embora a ansiedade de separação seja uma fase natural do desenvolvimento infantil, fique atento para sinais de que ela está afetando a rotina escolar da criança. Se o seu filho começar a se recusar a estudar ou apresentar sinais de ansiedade na escola, é importante levá-lo a um profissional.

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