Toda gestante tem a expectativa de dar à luz dentro dos nove meses, mas em certos casos, isso não acontece. Então, como lidar com o imprevisto? O que fazer se ocorrer o parto prematuro?
Por nascer antes da hora, o bebê precisa receber cuidados intensivos, visando a diminuir os riscos de apresentar problemas de saúde que podem durar a vida toda. Mas essa não é uma regra: afinal, quem não conhece pessoas que vivem muito bem, mesmo vindo ao mundo antes do tempo previsto?
Neste conteúdo completo, vamos esclarecer diversas dúvidas sobre o tema. Você vai descobrir por que acontece o parto pré-termo, qual a atenção recomendada às mães e ao recém-nascido e se há formas de prevenir essa situação. Boa leitura!
O que é parto prematuro e o que fazer?
O trabalho de parto é prematuro quando se inicia antes da 37ª semana de gestação. Nesse prazo, o feto ainda não está plenamente desenvolvido. Inicialmente, ele deve ser levado a uma incubadora, com equipamentos que vão ajudar a manter a sua temperatura corporal.
Outros cuidados intensivos são realizados por uma equipe especializada. Por exemplo, vendar os olhos do recém-nascido durante o tempo em que estiver na incubadora. O objetivo é proteger a visão do pequeno e evitar problemas na retina, comuns entre os prematuros.
Vale salientar que está tudo bem se o bebê chegar pouco antes ou pouco depois de 40 semanas (nove meses). No entanto, o ideal é que esse intervalo seja de, no máximo, duas semanas. De toda forma, com a atenção médica adequada, é possível ter mais tranquilidade em relação ao futuro do seu filho.
Por que o parto prematuro acontece?
Segundo a literatura médica, há vários fatores e combinações entre eles que podem levar uma gestante a ter parto prematuro. Se a mulher tiver uma alimentação pouco balanceada, por exemplo, isso pode levar a problemas, como pressão arterial elevada e obesidade.
Esses, por sua vez, são possíveis causadores do parto prematuro. Da mesma forma, se a mãe não puder descansar o suficiente, isso pode induzir o organismo a iniciar o trabalho de parto antes do tempo estimado.
Infecção no útero
Infecções no útero também podem ser causas do parto prematuro. Às vezes, se a gestante não tem uma microbiota intestinal bem regulada, há o risco de ela ter fungos e outros microrganismos nocivos que afetam o tempo de gestação.
Se a mulher apresentar, por exemplo, secreção vaginal ou dores perto da 37ª semana de gestação, é recomendável ir ao médico fazer exames. Outros sintomas possíveis são sangramento vaginal e febre.
Rompimento da bolsa amniótica
Quando a bolsa amniótica (invólucro que envolve o bebê) se rompe, é sinal de que a mãe entrará em trabalho de parto. Normalmente, o principal indicativo desse momento é quando um líquido sem cheiro começa a ser expulso pelo canal genital da gestante.
Antes do rompimento da bolsa, pode acontecer a chamada expulsão do tampão mucoso, uma proteção ao bebê que tapa o colo do útero. Trata-se de uma secreção de cor amarela, que é removida ao iniciar o trabalho de parto.
Mulheres que estão na segunda gestação e tiveram parto prematuro têm maior propensão a um novo rompimento antecipado da bolsa amniótica. Outros fatores que podem acarretar o problema são:
- infecção intra-amniótica;
- tabagismo ao longo da gravidez;
- alimentação inadequada, pobre em nutrientes importantes para a mãe e o bebê;
- sangramento vaginal na última metade da gestação.
Colo do útero curto
Quando o colo do útero tem um tamanho inferior a 2,5 centímetros, ele é considerado curto. Em muitos casos, essa condição não interfere na gravidez, mas em outros, há o risco de problemas ao longo da gestação, inclusive, o parto antes do tempo.
O colo do útero se mantém fechado pelo tampão mucoso durante o período em que o feto se desenvolve. Quando ele é curto, a abertura pode ocorrer de modo prematuro.
Na maioria das vezes, a mulher não tem sintomas, mas algumas gestantes sentem cólicas na região do abdômen, dores nas costas e a sensação de pressão na região da bacia. Uma forma de detectar o colo de útero curto é fazer um ultrassom transvaginal no sexto mês da gravidez.
Descolamento da placenta
Esse é um problema que pode aparecer quando a mulher está com 20 semanas de gestação. Além do sangramento vaginal, essa condição costuma causar cólica no abdômen.
Tal situação pode acometer qualquer gestante, inclusive, mulheres com pouco líquido amniótico. Além disso, a ruptura da bolsa amniótica pode descolar a placenta da parede do útero, com risco de causar parto prematuro.
Uma vez que a placenta está descolada, o bebê pode não receber oxigênio em quantidade suficiente. Por consequência, é possível desenvolver problemas relacionados a dificuldades de desenvolvimento, causadas pela falta de oxigenação, e em casos extremos, a óbito.
Em algumas situações, o médico decide antecipar o parto, principalmente, quando o feto está razoavelmente preparado — algo em torno de 34 semanas. Se o tempo de gestação for inferior, o procedimento mais comum é aguardar o sangramento parar e o bebê apresentar bons sinais vitais.
Anemia
Quando a grávida tem deficiência de ferro, folato ou vitamina D, é passível de ter anemia. Esse problema pode atingir o bebê, além de ser uma das causas de parto prematuro.
Basicamente, quem tem essa condição apresenta menos glóbulos vermelhos no sangue do que o normal, afetando o transporte de oxigênio no organismo. Durante a gestação, a mulher precisa produzir mais sangue e, assim, ajudar o feto a se desenvolver.
A anemia pode se apresentar de forma leve, mas também há casos severos, que precisam de atenção médica. A deficiência de ferro está entre as principais causas dessa condição de saúde da mulher.
Esse nutriente contribui com o transporte de oxigênio pelo corpo e o torna mais resistente a quadros infecciosos. Alguns sintomas que podem caracterizar uma anemia na gravidez são falta de ar, tontura e palidez nos lábios, nas unhas e na pele.
Pré-eclâmpsia
Outra possível causa de parto prematuro é a pré-eclâmpsia, caracterizada por pressão arterial maior do que 140 x 90 mmHg na gestante. Ocorre na segunda metade da gravidez, sendo que a causa mais defendida pela comunidade médica é um desenvolvimento deficitário de vasos sanguíneos da placenta.
Dependendo do parecer do obstetra, quando há pré-eclâmpsia, o parto poderá ser feito antes da hora. O objetivo é evitar uma evolução para eclâmpsia, um quadro muito mais severo, que leva a convulsões e até ao óbito da gestante, em situações extremas.
Além disso, está relacionado com o descolamento da placenta, outro problema que pode antecipar o nascimento do bebê. Se houver complicações, ainda há chances de atrapalhar o desenvolvimento dele ao longo da vida.
Quais são os cuidados em caso de parto prematuro?
Caso a gestante apresente alguns dos sinais que indiquem a possibilidade de parto prematuro, o mais indicado é procurar o obstetra responsável pelo pré-natal. Veja como a mãe e o bebê serão cuidados pela equipe médica se a nova vida se apresentar antes do esperado.
Para o bebê
Em relação ao recém-nascido, vale entender que existem níveis diferentes de prematuridade, conforme a seguinte classificação:
- pré-termo tardio: é quando o bebê nasce entre 34 e 37 semanas;
- pré-termo moderado: de 32 a 37 semanas;
- pré-termo extremo: menos de 28 semanas.
Com base nessa classificação, o recém-nascido requer cuidados mais intensivos quando está no nível pré-termo extremo. Isso porque ainda não desenvolveu completamente algumas partes do corpo. Também não consegue controlar sua temperatura, sendo preciso colocá-lo em uma incubadora.
Tão importante quanto o período de cuidados intensivos é o momento em que recebe alta hospitalar. Nesse momento, os pais precisam receber as instruções corretas quanto à continuação do tratamento em casa, caso seja necessário.
Dessa forma, o pequeno deverá se desenvolver com saúde e sem grandes problemas. Convém destacar que uma equipe multidisciplinar de profissionais participa desse período de internação do prematuro.
Entre eles, é possível contar com fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Além disso, o bebê precisa atingir um peso razoável (em torno de 2 quilos) para poder ir para casa, após conseguir respirar corretamente, sem ajuda de aparelhos.
Para a gestante
Um exame que ajuda o profissional de saúde a saber se a mulher terá que se submeter ao parto prematuro é a ecografia. O intuito é verificar o quanto de líquido amniótico foi perdido, além de saber se o bebê se encontra fora de risco.
Esse é um momento que costuma abalar a gestante psicologicamente, sendo fundamental o apoio da família. Também é importante que durante todo o pré-natal as dúvidas sejam esclarecidas, para que a mãe se sinta mais segura na hora do nascimento do filho.
O parto prematuro é uma situação decorrente de vários fatores, como o descolamento da placenta e a perda de líquido amniótico. Tanto a mãe quanto o bebê requerem cuidados especiais para que tudo saia conforme o esperado e a família possa voltar para casa com segurança e saúde.
O conteúdo ajudou a tirar as suas dúvidas? Então, responda o nosso quiz e descubra se você está realmente pronto(a) para ter filhos!