Muitas mulheres mais velhas, mesmo após o parto e sem relação com o período de puerpério, relatam ainda sentir pequenas contrações no útero. Esse fenômeno, conhecido popularmente como “mãe de corpo”, gera curiosidade e diversas explicações, tanto populares quanto científicas.
Se você está vivenciando essa situação e as contrações não são muito intensas, não se preocupe — é uma condição comum e geralmente não representa risco.
No post de hoje, vamos explorar o que realmente significa ser uma “mãe de corpo”. Abordaremos os principais sintomas, as explicações por trás das crenças populares e também os fundamentos científicos para que você compreenda melhor essa condição e se sinta mais tranquila. Está pronta para descobrir mais sobre esse tema? Vamos lá!
O que é mãe de corpo?
A expressão “mãe de corpo” é um termo popular utilizado para se referir a um fenômeno que ocorre com algumas mulheres após o parto, especialmente em mulheres de mais idade. O conceito aborda a percepção de algumas sintomas da gravidez, sendo as contrações leves uma das mais comuns.
Essas contrações podem ser vistas como um reflexo do processo de involução uterina, onde o útero volta ao seu tamanho e formato originais após o parto. Para algumas mulheres, esse processo pode ser mais perceptível, especialmente aquelas que passaram por mais de uma gravidez ou estão em faixas etárias mais avançadas, já que a recuperação do corpo pode ser um pouco mais lenta.
Crenças populares
A lenda da mãe de corpo é uma história tradicional da Amazônia, amplamente compartilhada entre as comunidades ribeirinhas e indígenas, e está profundamente ligada a uma crença popular mística.
Segundo a lenda, acreditava-se que “espíritos de mulheres” habitavam o corpo das gestantes, tornando-as “mães do corpo”. Após o parto, esses espíritos se viam perdidos, sem conseguir encontrar o “seu bebê”. Sem esse encontro, a paciência da mãe de corpo se esgotava e isso explicaria as contrações que muitas mulheres continuam a sentir, mesmo sem estar mais grávidas.
Para acalmar essa condição, um dos rituais mais comuns era colocar a placenta sob o ventre de uma mulher que acabara de dar à luz, acreditando-se que esse gesto ajudava a restaurar o equilíbrio e a serenidade da mãe de corpo.
Cientificamente, o que ocorre?
Você já se perguntou por que sente cólicas, pressão na pelve ou desconforto mesmo quando não está menstruada? A resposta pode estar nas contrações uterinas naturais que ocorrem ao longo do seu ciclo menstrual, mesmo fora da gravidez, segundo o estudo de Oxford, nos Estados Unidos.
Pesquisas recentes com tecnologia de ultrassom (US) e medição de pressão intrauterina (IUP) mostraram que o útero não é um órgão “parado” entre os períodos menstruais. Ele se movimenta, se contrai e se adapta conforme os hormônios flutuam — e isso influencia diretamente como você se sente.
As contrações são naturais e reguladas pelos hormônios:
- Estradiol: estimula o aumento da frequência das contrações;
- Progesterona: reduz a intensidade, mas pode causar sensação de inchaço e retenção.
Além disso, mulheres com endometriose, dismenorreia ou outras condições uterinas podem sentir essas contrações com muito mais intensidade, o que causa dor crônica ou desconforto ao longo de todo o ciclo.
Durante o climatério (transição para a menopausa)
Mulheres que ainda não entraram totalmente na menopausa — ou seja, ainda estão ovulando de forma irregular — ainda podem sentir contrações uterinas, embora com frequência e intensidade reduzidas. Isso ocorre porque:
- A produção hormonal (estradiol e progesterona) começa a oscilar;
- O útero ainda responde, mas com menor sensibilidade e menos regularidade;
- As contrações podem ser mais sutis ou confundidas com outros desconfortos (como gases, distensão ou dor lombar).
Ou seja, mulheres na pós-menopausa geralmente não sentem mais essas contrações. Qualquer dor persistente no baixo ventre após essa fase deve ser investigada, pois não é comum e pode indicar outras condições (como miomas, aderências, problemas gastrointestinais ou urológicos).
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Quando se preocupar?
Embora seja comum sentir algum grau de desconforto ao longo do ciclo menstrual, nem toda dor é “normal” — e muito menos precisa ser suportada em silêncio. Em muitos casos, sintomas intensos e persistentes podem indicar que algo não está funcionando como deveria e merecem atenção médica especializada.
A ideia de que esses sintomas são “normais” é, na verdade, um dos grandes mitos envolvendo a gravidez e a saúde da mulher. Se você não está grávida, mas ainda assim sente sintomas semelhantes aos da gestação, fique atenta aos sinais do seu corpo:
- cólicas muito intensas, que não melhoram com analgésicos comuns;
- dor fora do período menstrual;
- menstruação irregular ou com fluxo extremamente intenso;
- sensação constante de inchaço, pressão ou peso pélvico.
Dicas para aliviar o incômodo
Se as contrações fora da gravidez, muitas vezes associadas ao termo “mãe de corpo”, causam algum desconforto no seu dia a dia, saiba que existem formas simples e naturais de aliviar esses sintomas. Abaixo, confira algumas dicas práticas:
- compressa morna no abdômen: pode ser feita com bolsa térmica ou uma toalha morna;
- chás calmantes e anti-inflamatórios: camomila, gengibre e erva-doce são ótimas indicações;
- exercícios leves e alongamentos: caminhadas, iogas e pilates ativam a circulação e liberam endorfinas, aliviando a dor;
- massagem na região abdominal e lombar: massagens com óleos vegetais em movimentos circulares podem aliviar a dor.
Esperamos que o conteúdo de hoje sobre a Mãe de Corpo tenha ajudado você a compreender melhor esse conceito que, embora muitas vezes envolto em mistério, também pode ser olhado com sensibilidade, acolhimento e até mesmo sob uma perspectiva fisiológica.
Se você sente esse tipo de desconforto com frequência, lembre-se: seu corpo fala. Ouça, cuide e, se necessário, busque orientação profissional. Cuidar de si mesma também é um ato de sabedoria e conexão.
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