O divórcio é uma experiência desafiadora tanto para o casal quanto para os filhos. Culpa pela separação dos pais, dificuldade em interações sociais e insegurança são alguns dos possíveis traumas de filhos de pais separados.
Por outro lado, alguns estudos indicam que a separação pode ser uma experiência positiva para a criança, já que ela não precisa mais lidar com brigas frequentes entre os pais. Então, o divórcio pode ser uma oportunidade de fortalecimento dos laços com os filhos, dependendo da forma como o casal encara essa questão.
Para isso, é indispensável ser honesto com a criança e explicar todo o processo da separação para ajudá-la a compreender a situação da família. Conheça a seguir cinco possíveis traumas de filhos de pais separados e saiba como evitar que o processo do divórcio seja negativo para a sua família.
1. Sentir dor e culpa pela separação dos pais
O sentimento de dor e culpa é um dos traumas de filhos com pais separados porque eles interpretam o divórcio como responsabilidade deles. A criança imagina que se tirasse notas escolares mais altas ou fizesse menos birras, poderia evitar a separação dos pais.
Como o filho ainda não tem maturidade emocional, ele tende a internalizar a culpa como uma forma de explicar algo que, para ele, parece sem sentido. Esse peso emocional é causado principalmente pela falta de diálogo dos pais com a criança.
Para evitar isso, os pais devem priorizar a comunicação clara e acolhedora com o filho para garantir que ele entenda que a separação é uma decisão dos adultos e que ele não têm nenhuma responsabilidade sobre isso.
2. Dificuldades de interação social e formação de vínculos afetivos
Após o divórcio dos pais, a criança pode apresentar piora das habilidades sociais, e se tornar incapaz de formar novos vínculos afetivos por falta de confiança nos outros e por medo de ser novamente “abandonada”.
Quando a separação dos pais é marcada por conflitos intensos e instabilidade emocional, a criança pode começar a questionar a durabilidade das relações e temer se apegar às pessoas.
Se um dos pais se afasta após o divórcio, o filho pode achar que não merece amor nem atenção dos outros, o que leva a menos interações sociais e vínculos afetivos. Esses fatores podem prejudicar amizades, relações escolares e até futuras relações afetivas na vida adulta.
Os pais precisam se manter uma presença afetuosa na vida dos filhos para que eles se sintam seguros e valorizados. Também vale incentivar que a criança faça atividades sociais, como encontros com amigos, esportes ou aulas extracurriculares.
3. Apresentar baixo desempenho acadêmico
O baixo desempenho acadêmico de filhos com pais separados pode ser causado pelos sentimentos negativos do divórcio, que distraem a criança, e também pela ruptura na rotina familiar.
Por exemplo, a criança pode ficar confusa e se prejudicar academicamente se antes o pai ajudava com o dever de casa, mas agora mora em outra casa e está mais distante. Essa sobrecarga emocional acaba interferindo diretamente na concentração, na memória e na motivação para aprender.
Para impedir que a separação afete negativamente o desempenho escolar, os pais devem trabalhar juntos para preservar a rotina de estudos da criança ao máximo. A comunicação com a escola também é fundamental para que ela ofereça suporte adequado no dia a dia.
Em casa, é importante criar um ambiente tranquilo para os estudos e demonstrar interesse nas atividades escolares da criança, reforçando seus esforços e conquistas.
4. Expressar insegurança em excesso
A insegurança excessiva, um dos principais traumas de filhos com pais separados, é fruto da sensação de perda de estabilidade. O lar, que antes era percebido como um espaço seguro, passa por mudanças significativas, como divisão de casas, ausência de um dos pais no dia a dia e tensão emocional entre os adultos.
Essa quebra na estrutura familiar pode fazer com que a criança se sinta desprotegida e desenvolva medo constante de ser abandonada novamente. Os pais podem resolver isso se esforçando para transmitir estabilidade na nova organização familiar.
É importante definir rotinas claras, horários fixos para visitas e manter a criança informada sobre mudanças importantes. Ambos os pais devem reforçar verbalmente e por meio de ações que a criança é amada, protegida e que continuará recebendo apoio incondicional deles.
5. Apresentar dependência ou autonomia incomum
A separação dos pais pode desencadear dois comportamentos opostos nas crianças: uma dependência excessiva ou uma autonomia precoce.
No primeiro caso, a criança pode se tornar extremamente apegada a um dos pais por medo de ser abandonada. No outro, algumas crianças desenvolvem uma autonomia incomum para a idade, e passam a cuidar de si mesmas numa tentativa de manter a família unida.
Os pais precisam respeitar o espaço emocional da criança e permitir que ela viva plenamente sua infância, então devem impedir que ela assuma papéis impróprios para a idade. Eles devem incentivar a independência adequada para a faixa etária da criança, sem pressioná-la a amadurecer antes do tempo.
Além dos traumas de filhos com pais separados, após o divórcio o casal deve passar a se organizar entre si para definir como será a comemoração do aniversário da criança.