Uma pesquisa do banco Wells Fargo, nos Estados, revelou um fato curioso: para muita gente, falar de dinheiro é mais difícil do que conversar sobre outros temas considerados polêmicos, como sexo, política e religião. Por isso, não é raro encontrar casais que se sentem desconfortáveis em conversar sobre isso.
No entanto, não é possível escapar do assunto, uma vez que ambos terão que lidar com as contas do dia a dia e com os planos para o futuro. Para ajudar, neste post, mostraremos a importância de falar de dinheiro, como estabelecer uma contribuição justa e outras dicas. Boa leitura!
Falar de dinheiro pode ser hábito ainda no namoro
Os diálogos a respeito das finanças são indispensáveis para todo casal que deseja ser feliz. O dinheiro é um elemento natural do orçamento e do planejamento familiar, mesmo antes da decisão de ter filhos, por exemplo. Aliás, o assunto pode ser iniciado ainda na fase do namoro.
Afinal, um dos elementos do sucesso na vida de casal é a transparência na organização das finanças. O primeiro passo para encarar o desafio é entender que esse é um dos poucos temas comuns a qualquer pessoa.
Todo mundo precisa de dinheiro para viver, e vocês podem enfrentar isso unidos. Por isso, negligenciar esse assunto é impossível, tanto financeiramente quanto em termos de manutenção de uma relação saudável.
Organização e planejamento passam por falar de dinheiro
É preciso entender que não é possível dividir as contas meio a meio, se uma das partes ganha muito mais que a outra. Na vida a dois, em algum momento, isso pode ser considerado injusto e causar um estresse sério na relação.
Imagine que as contas do mês fiquem na casa dos R$4 mil reais. Caso a mulher ganhe R$10 mil e o marido tenha um salário que seja a metade disso, dividir as contas ao meio fará com que ele não tenha muito mais ao fim daquele mês.
Para resolver esse impasse, uma dica é seguir a proporção: quem ganha mais, paga mais. Além de garantir que cada um ainda tenha uma quantia para poupar ao final do mês, ainda é possível pensar que os salários não são estáticos.
Assim, caso um dos dois seja promovido e passe a ganhar consideravelmente mais, calcular a contribuição pela proporção ajustará os valores de uma maneira equilibrada.
Na prática: como falar de dinheiro?
Para facilitar as coisas, o casal pode adotar uma planilha ou um aplicativo e conversar para negociar gastos que possam ser descartados ou valores que possam ser reduzidos. Nessa hora, é preciso falar de dinheiro para chegar a consensos para o bem comum.
Um exemplo: em um contexto de crise, os dois podem renunciar a alguma coisa. Assinatura de streaming ou de revistas, plano na academia que não seja utilizado com frequência, planejamento de um casamento sem festa: basta conversar e chegar a soluções que sejam mutuamente benéficas.
O ideal é evitar medidas extremas, como separar as contas correntes, ou ambos esconderem o saldo bancário ou se têm algum seguro de vida. Do mesmo modo, não é preciso abrir uma conta conjunta e exigir que cada um tenha que dar satisfações até do mínimo gasto.
Para garantir uma divisão harmoniosa, deve-se buscar o equilíbrio. Uma ideia interessante é manter as contas individuais e abrir uma terceira, conjunta, para que poupem e montem uma reserva com contribuições dos dois.
O importante é buscar falar de dinheiro periodicamente. Desse modo, será possível definir objetivos em comum e estabelecer uma estratégia que seja justa para o casal.
O que é de quem, o que é compartilhado
Esse caminho de separar as contas costuma ser o mais indicado para o sucesso no momento de falar de dinheiro. Um casal precisa estar unido, mas trocar alianças não significa que ambos se tornaram a mesma pessoa.
Por isso, depois de definida a contribuição mensal de cada um, o que restar para ambos poderá ser administrado de acordo com uma decisão individual. É até importante evitar dar palpites em relação aos gastos feitos com o dinheiro que sobra após o cumprimento das obrigações.
Isso porque uma das partes pode se sentir desconfortável com a vigilância constante. Contudo, caso o combinado seja abrir uma terceira conta conjunta e poupar parte do salário todos os meses, proporcionalmente ao que se ganha, é preciso que os dois façam isso.
Principais cuidados financeiros para o casal
Agora, mostraremos alguns dos principais cuidados financeiros para uma vida comum a dois. O importante é registrar tudo para que ambos se sintam beneficiados ao falar de dinheiro.
Acompanhem gastos mensais
Todo casal precisa acompanhar seus gastos de perto. O ideal é que ambos consigam controlar as despesas em uma conta conjunta, e utilizar aplicativos e planilhas para visualizar as movimentações todos os meses. Com transparência na relação, será mais fácil evitar a infidelidade financeira.
Construam uma reserva de emergência
Ter uma reserva de emergência é algo valioso para contornar possíveis momentos de instabilidade. Afinal, é um dinheiro guardado exclusivamente para enfrentar dificuldades e imprevistos, como desemprego de uma das partes, problemas de saúde e outras situações críticas.
Poupem para planos maiores
A dica de uma terceira conta conjunta é essencial para que o casal consiga poupar e traçar planos maiores. Viagens, férias, uma possível compra de imóvel, preparação para a chegada dos filhos: todos esses são exemplos de acontecimentos que demandam uma boa estratégia financeira.
Além disso, economizar dinheiro juntos é uma excelente maneira de fortalecer a relação, comemorar conquistas e organizar as finanças.
Tomem cuidado com o cartão de crédito
De acordo com dados da Serasa, mais de 66 milhões de brasileiros estão endividados. Boa parte desses débitos (28,14%) foram contraídos por mau uso do cartão de crédito ou de serviços bancários similares.
Para evitar isso, o casal pode limitar os gastos mensais a um valor específico ou a compras realmente essenciais e que não possam ser quitadas à vista. Muitas lojas oferecem desconto para pagamentos via Pix ou boleto bancário à vista.
Como nem sempre temos o valor todo à disposição, é essencial que o casal estabeleça e cumpra uma meta conjunta de gastos que caibam no orçamento.
Agora que você entendeu que falar de dinheiro não é só desejável, mas necessário, é hora de discutir isso a dois. A educação financeira é algo que só traz impactos positivos à relação, como a organização das contas e a possibilidade de poupar para o futuro.
Aproveite a visita e complemente a sua leitura com dicas para organizar as despesas fixas da casa!