Estar enlutado após uma perda que causou grande abalo emocional é um processo natural da vida. Apesar disso, boa parte das pessoas resiste a entender seu funcionamento, uma vez que não quer pensar que entes queridos podem partir. As 5 fases do luto são um sintoma desse quadro, já que abrangem a jornada até a aceitação.
Mais que superar as dificuldades desse momento, compreender cada etapa ajuda a lidar melhor com a situação geral e preservar a saúde mental. Dessa forma, saber como tudo se desenvolve é uma medida de cuidado.
Confira a seguir as principais informações sobre o assunto!
Quais são as 5 fases do luto?
Um estado emocional de profunda tristeza, angústia e, em alguns casos, desespero é comumente associado a esse momento de perda. Porém, as 5 fases do luto nos mostram que não é só isso, deixando evidente como se trata de um processo complexo. Confira uma a uma suas etapas e compreenda melhor seu progresso!
Fase 1: negação
A perda de alguém não é fácil. Por isso, a primeira das 5 fases do luto é uma etapa de defesa em que a mente precisa lidar com muito e acaba construindo uma barreira para filtrar apenas o que consegue processar. Chamada de negação, trata-se de um mecanismo que reduz o choque nesse momento em que algo irreversível e indesejado aconteceu.
Vale perceber que essa sensação pode se desenvolver ainda durante a convalescença de pessoas queridas com prognóstico terminal, já que o que a desencadeia é a necessidade de aceitar a nova realidade. Diante disso, é importante não se desconectar e experienciar cada sentimento.
Fase 2: raiva
Muitas vezes, a negação existe porque o sentimento que ela busca evitar é intenso e negativo: a raiva, que surge da mágoa e da revolta frente à perda. Isso pode gerar um sofrimento mental severo e, até mesmo, agressividade direcionada a outras pessoas.
A tendência é considerar que era melhor a fase anterior do luto. Porém, essa é uma etapa importante rumo à plena compreensão da realidade, por mais dolorosa que seja. Assim, a dica é não negar as emoções, mas procurar compreender os motivos por trás delas.
Fase 3: barganha
A barganha tem completa relação com outras das 5 fases do luto, podendo se desenvolver em paralelo a elas. Um exemplo é estar ligada à negação da realidade, à medida que busca uma esperança de reverter o quadro.
Logo, o ideal é ter calma, olhar para a situação da forma mais racional possível e tomar cuidado para não cair na culpabilização. Isto é, perceber que não existe a possibilidade de mudar o que aconteceu e que nada poderia ter sido feito para evitar a perda.
Fase 4: depressão
Pode-se dizer que a tristeza profunda pela perda é o começo da aceitação. Afinal, ela decorre da percepção de que a situação realmente ocorreu e não pode ser mudada, sendo agravada por culpa e saudade.
A melhor atitude para lidar com essa etapa tão negativa das emoções do luto é se dedicar a atividades agradáveis e estar com pessoas próximas para evitar que essa fase se transforme em depressão clínica.
Fase 5: aceitação
Embora o sentimento de perda nunca desapareça completamente, na última das 5 fases do luto, ele se transforma em algo mais suave. As lembranças de quem partiu trazem conforto e permitem que a vida continue dentro da nova realidade.
Alcançar esse ponto nem sempre acontece sem ajuda. Logo, contar com um profissional especializado durante toda a jornada é uma escolha de saúde mental capaz de facilitar cada etapa. Outra dica é tentar manter a rotina estável para se aproximar de uma sensação de normalidade.
Quanto tempo duram as fases do luto?
Descrever a partida de alguém querido em 5 fases do luto faz parecer que se trata de um processo bastante exato. Entretanto, a intensidade da emoção e o tempo durante o qual a pessoa enlutada experiencia esses sentimentos variam de acordo com vivências individuais, questões sociais e demais fatores que desencadeiam tal comoção.
Nesse sentido, a proximidade e a relação estabelecida com quem partiu podem levar a formas diferentes de sentir esse momento. Um exemplo são filhos afastados da convivência familiar com os pais, ou netos que foram criados por seus avós.
Além disso, as circunstâncias da perda também são fontes de emoções capazes de tornar essa jornada mais ou menos longa. Pense naqueles que já estavam doentes e puderam se despedir. Isso tende a dar conforto aos familiares ou amigos por terem dito o que desejavam, não acha?
Todos esses aspectos levam a uma falta de consenso sobre qual a duração de cada etapa ou de todo o caminho até a aceitação. Dessa maneira, cabe analisar se o luto oportunizou:
- reorganizar a vida;
- entender o que está sentindo;
- processar a ausência;
- aceitar a nova realidade.
Ou seja, esse estado não dura para sempre, mesmo para os enlutados que desenvolvem quadros emocionais dissociativos ou de depressão clínica. Assim, um período de semanas ou alguns meses que não se estenda acima de dois anos é o comum. O fim desse quadro se torna perceptível a partir de algumas mudanças que envolvem:
- redução na potência das sensações negativas associadas;
- alívio da frequência de pensamentos acerca do fato;
- diminuição do desconforto para falar do que houve.
De qualquer modo, tanto continuar vivendo como se nada tivesse ocorrido quanto ficar longamente abalado são alertas que indicam que o processamento emocional adequado não está em andamento.
Portanto, apesar de não existir prazo, é preciso permanecer atento ao agravamento das etapas ou ao surgimento de sinais de adoecimento mental — sem deixar de respeitar o tempo individual para elaborar essa dor.
As 5 fases do luto são um assunto bastante complexo, com nuances individuais e situacionais que afetam a forma como progridem. Por isso, não é possível definir prazos ou dizer que elas serão sempre iguais para todos. No entanto, conhecê-las permite passar por esses momentos ou ajudar quem está neles a prosseguir de maneira saudável.
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