Passar tempo com o bebê, adaptando-se à chegada de uma nova vida, pode ser uma das melhores sensações que existem. Contudo, depois de um período, o retorno das gestantes ao trabalho é necessário — até como um modo de garantir o futuro do filho.
Nesse sentido, um dos maiores desafios do retorno das gestantes ao trabalho é gerir o seu tempo, de modo a dar conta tanto da vida profissional como das necessidades da sua nova condição de mãe.
Nas linhas a seguir, você confere dicas de como se equilibrar entre essas duas áreas da vida e otimizar o seu tempo!
A gestação e a jornada de trabalho
A rotina de trabalho, ainda com o bebê na barriga ou no período de pós-parto, pode parecer algo desafiador. No primeiro caso, a mãe tem que lidar com questões da gestação, como alterações hormonais e cansaço, além dos dias de acompanhamento médico.
No segundo, há as novas demandas do filho recém-nascido, além da dificuldade emocional, nos primeiros meses, de se afastar do bebê tão pequeno.
Por isso, essa mudança na rotina após o período de intenso de convívio, na licença-maternidade, pode causar ansiedade na mãe.
Contudo, a vida profissional continua, então, ajustes precisam ser feitos para acomodar os novos papéis e novas demandas dos membros da família.
Para mães que atuam no home office, isso pode ser um pouco mais fácil. Nem todo mundo, no entanto, tem essa opção.
Outro ponto que vale mencionar é que não há problema ou culpa em querer retornar para o trabalho. As pessoas são diferentes e, da mesma forma como há mães que não querem voltar logo, pois desejam ficar mais tempo em casa com o bebê, há quem queira ter de novo as experiências profissionais, um lado que ficou por meses adormecido.
Os direitos no retorno das gestantes ao trabalho
Entender o retorno das gestantes ao trabalho envolve, também, conhecer os direitos das pessoas nesta condição. O período de pandemia da Covid-19 trouxe muitas dúvidas em relação ao tema, então é importante resumir a sequência de eventos que ocorreram.
No ano de 2021, a lei nº 14.151 garantia que todas as gestantes deveriam ficar afastadas do trabalho, por conta do período de calamidade pública ocasionado pela pandemia. No entanto, essa lei estava gerando conflitos entre os trabalhadores e patrões, o que fez com que sofresse alteração. Assim, em 2022, ela foi substituída pela lei nº 14.311.
A nova lei determina que o retorno das gestantes ao trabalho presencial pode acontecer 14 dias após a aplicação da segunda dose contra a Covid-19. A exceção é feita para os casos em que a empresa opte por manter as suas colaboradoras no home office.
A lei também prevê que a empresa pode alterar temporariamente as funções exercidas pela gestante, de modo a viabilizar o trabalho remoto. Para isso, é necessário se adequar às competências de cada trabalhadora, assim como respeitar as condições para o exercício dessa nova função.
Direitos trabalhistas das gestantes
Além das mudanças causadas pela pandemia, é interessante mencionar os direitos garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para as gestantes e para proteger a saúde da criança:
- estabilidade provisória — a gestante não pode ser dispensada no período entre a confirmação da gravidez e os 5 meses após o parto;
- reintegração ou indenização — caso a mulher descubra a gravidez após demissão sem justa causa, ela pode ser reintegrada à empresa;
- realocação de função — as gestantes que trabalham em atividades de risco ou insalubres podem ser realocadas para atividades mais seguras;
- licença-maternidade — período em que a profissional fica afastada do trabalho após o parto, o que gera o recebimento do salário-maternidade. Essa licença tem duração de 120 dias, sem descontos ou qualquer outro tipo de prejuízo ao seu salário.
Dicas de gestão de tempo no retorno das gestantes ao trabalho
Agora, veja algumas dicas para o gerenciamento do tempo, de modo a buscar equilíbrio entre a produtividade no trabalho e momentos de qualidade com o seu filho.
Construa uma rede de apoio
Depois de meses dedicados exclusivamente aos cuidados com a criança, é comum se sentir insegura no retorno ao trabalho. Uma forma de apaziguar esse sentimento é planejando uma rede de apoio sólida e confiável.
Mesmo que o seu trabalho seja no regime de home office, você terá que se concentrar nas tarefas. Por isso, terá que ter outra pessoa para ajudar nesses cuidados com o bebê.
Essa rede de apoio pode ser formada por uma profissional dedicada (babá), uma creche ou algum familiar que se disponha a cuidar do bebê diariamente.
É importante ir pensando, durante a gestação, em qual esquema se adapta melhor à rotina e ao contexto da família. Isso porque será preciso gastar um tempo pedindo indicações de profissionais, elaborando um combinado com o familiar ou pesquisando berçários que sejam próximos à sua casa ou trabalho.
Pegue dicas com outras mulheres sobre o retorno das gestantes ao trabalho
Uma das melhores maneiras de aprender algo é conversar com alguém que já tenha experiência nisso. Logo, uma boa dica é se manter em contato com outras mães de primeiro ou segundo filho para ouvir experiências sobre o retorno ao trabalho das gestantes e como equilibrar bem o tempo e as demandas.
Isso pode ser feito pessoalmente e mesmo pela internet, em grupos e comunidades de mães nas redes sociais. Pergunte os cuidados que elas tiveram, principalmente aquelas que têm uma rotina profissional semelhante à sua.
Essa troca de experiências pode ser útil para vários outros temas também. Por meio de conversas, você pode se aproximar de famílias que sejam vizinhas e reforçar a sua rede de apoio, bem como ter contato com ideias que talvez você não tivesse considerado por conta própria, como a escolha de uma previdência privada para assegurar um futuro melhor para seu bebê.
Mantenha uma rotina
É claro que imprevistos acontecem. Mas isso não significa que você não deva estabelecer uma rotina, considerando uma semana normal de trabalho.
Uma rotina consistente é essencial para gerir o tempo, além de garantir mais energia e disposição para trabalhar e produzir. Com esse planejamento, você ainda terá uma ideia mais precisa de como será o seu dia e do que precisa ser feito em cada momento.
Além de conseguir dividir melhor os horários assim, a rotina organizada traz segurança de que, enquanto você estiver trabalhado, seu filho estará bem cuidado.
Recuse horas extras, se possível
Às vezes, acabamos aceitando aquele pedido de horas extras por causa do dinheiro a mais ou para ficar bem com a chefia.
No entanto, as gestantes e recém-mães estão em uma situação específica em relação às outras pessoas, principalmente quando são mães solo ou quando não contam com rede de apoio no local onde moram. Por isso, se possível, tente manter os horários e rotina planejados.
Do mesmo jeito, se tiver uma liderança consciente e sensível à situação de quem acaba de retornar da licença-maternidade, você pode pedir para evitar entrar em projetos que possam te sobrecarregar de estresse e modificar o cronograma que você preparou para cuidar de si e do seu bebê.
Como você viu no artigo, o retorno das gestantes ao trabalho presencial foi sancionado em 2022. As empresas não são obrigadas a fazer isso, já que há a possibilidade de manter as mulheres em trabalho remoto, mas pode ser que prefiram o retorno.
Para as recém-mães, o desafio é gerir o tempo entre os cuidados relacionados ao bebê e à rotina profissional.
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