Muitas crianças que vão à escola pela primeira vez sentem insegurança e não querem que os pais as deixem lá. Imagine, agora, a mesma situação vivenciada por autistas na escola.
Dependendo do grau, a dificuldade de se adaptar e conviver com os colegas tende a ser muito grande. Por isso, a temática dos autistas na escola tem ganhado tanta repercussão, tendo até mesmo todo o amparo jurídico.
Em outras palavras, o Estado brasileiro criou leis para assegurar os direitos de inclusão dos autistas na escola.
Ao longo do texto, vamos explicar melhor o que é o autismo, apresentando as dificuldades que as crianças costumam ter na fase escolar, além de mostrar o papel fundamental do mediador. Boa leitura!
O que é autismo?
Sem dúvida, você deve saber pelo menos por cima o que é o autismo. Contudo, daremos aqui uma explicação um pouco mais pautada na ciência, pois isso vai ajudar na melhor compreensão dos tópicos seguintes.
O autismo é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento, de modo que o portador apresenta, entre outras coisas, mudanças de comportamento e comunicação.
Na prática, o autista pode ter, por exemplo, dificuldades na fala e resistência na hora de interagir com outras pessoas.
O autismo, por mais que não tenha cura, pode ser administrado de modo que a criança se desenvolva normalmente, tendo vida social ativa e sem sofrer discriminação.
Quanto mais cedo se descobre o transtorno, maiores as chances de a criança ter uma vida normal, tanto na escola quanto em seu futuro profissional.
Níveis de autismo
O autismo é dividido em 3 níveis. São eles:
- Autismo nível 1: os sintomas são menos severos, de modo que a criança possui um alto grau de independência. Para ela ir bem na escola, é necessário, na maioria das vezes, um pequeno suporte na realização de suas atividades. Contudo, por ser mais leve, muitas vezes os pais não percebem o autismo na criança, de modo que ela pode crescer com limitações em algumas áreas, como a convivência com outras pessoas;
- Autismo nível 2: precisa de um apoio um pouco maior do que no nível 1, não somente na escola, mas também em casa. Uma de suas dificuldades é a fala, caracterizada, entre outras coisas, por repetições e conversas atípicas. Além disso, alguns autistas de nível 2 podem apresentar sensibilidade a luzes e sons, inspirando ainda mais cuidados e acompanhamento;
- Autismo nível 3: a criança precisa, neste nível, de muita compreensão e acompanhamento. Até mesmo coisas simples do cotidiano tendem a ficar mais dificultadas, como se vestir e se alimentar. Sem os cuidados necessários, o seu desempenho na escola e convivência social ficam bastante comprometidos, com um grau de independência muito limitado.
Como é a vida de um autista na escola?
Apesar do autismo, é totalmente possível levar com tranquilidade a estadia na escola. O seu desempenho vai depender diretamente do entendimento dos pais, professores e demais membros da equipe pedagógica sobre o grau de autismo que a criança tem.
Dito isso, dependendo da quantidade de alunos com essa condição, a escola pode desenvolver materiais que facilitem o aprendizado, de modo que tais crianças não fiquem em desvantagem em relação às demais, que não sofrem dessa condição.
Quais são as dificuldades de uma criança autista na escola?
Tão importante quanto acompanhar o desempenho escolar é estar atento ao desenvolvimento social da criança com autismo.
Independentemente do nível, é normal que ela seja mais isoladas, evitando conversar com outros colegas no recreio, por exemplo.
Pelo fato de um aluno permanecer em uma escola por mais de dez anos, pode-se até considerar negligência do corpo docente e discente não desenvolver minimamente nos portadores de autismo a capacidade de socializar com os outros.
Outro problema de enorme gravidade é o bullying. Crianças com habilidades motoras, cognitivas e sociais normais podem começar a zombar de quem sofre de autismo, tornando a situação ainda mais difícil do que já é, pois, isso vai aumentar o isolamento de quem é autista, mesmo nos casos leves.
O que fazer com aluno autista na escola?
A primeira coisa a ser feita é conhecer o grau de autismo da criança. Em seguida, identificar os comportamentos e dificuldades que mais vão inspirar cuidados, acompanhamento e paciência.
Na prática, é essencial estar próximo dele, apresentando recursos que ele está familiarizado, pois isso o ajudará no aprendizado em sala de aula.
Também é crucial adotar metodologias de ensino eficientes e ter professores capacitados no corpo docente.
Em outras palavras, o professor deve saber se comunicar bem, passar o conteúdo e responder as dúvidas das crianças, mesmo se forem as mais óbvias. Repetir sempre que necessário também é de grande importância.
Se a criança autista gosta mais de brincar do que de estudar, por exemplo, caberá aos professores procurar formas de tornar suas aulas atrativas. Isso porque não adianta deixar do jeito que está, pois o aluno precisa, desde cedo, entender que existe tanto o tempo de brincar quanto o de estudar.
Quais são os direitos dos pais do autista?
Juridicamente, as escolas têm a obrigação de acolher alunos com autismo. Quem determina isso é a LBI, ou Lei Brasileira de Inclusão, que deixa claro, entre outras coisas, que a instituição de ensino comete crime ao não aceitar a matrícula da criança autista.
Além disso, se a escola cobrar valores adicionais para o acompanhamento do aluno também é considerado crime, com possibilidade de reclusão entre 2 e 5 anos a multa.
Sem dúvida, pagar a mensalidade da escola pode ser um desafio para os pais, exigindo, querendo ou não, uma certa educação financeira. Em todo início do ano, a compra de material escolar, somado a várias outras despesas (como IPTU e IPVA) costuma elevar muito as despesas da família, que precisa estar devidamente preparada.
Quem deve acompanhar o autista em sala de aula?
A LBI também especifica a atuação de um mediador, que acompanha o autista na sala de aula, mediante a comprovação da necessidade.
Na prática, o mediador vai ajudar a criança na convivência social, sendo necessário um laudo que precisa ser expedido por um médico.
A resistência por parte das instituições de ensino em relação a isso pode ocorrer, cabendo aos pais reunir a documentação que comprove a necessidade do mediador.
Autistas na escola, como vimos no texto, precisam de atenção, paciência e acompanhamento, independentemente do nível.
Devido à LBI, as instituições não devem recusar a matrícula desses alunos, pois isso configura crime passível de punição, cabendo a elas dispor dos meios necessários para essas crianças terem um bom desempenho escolar e social.
Gostou do conteúdo? Então assine a nossa newsletter para receber em seu e-mail outros artigos do blog!