Uma em cada quatro mulheres sofre de Depressão Pós-Parto no Brasil, segundo estudo da Fundação Fiocruz. É um percentual alto, principalmente, por se tratar de um problema sério, capaz de afetar a vida não só da mãe, mas também, do bebê e de toda a família.
Após a gestação, a mulher tem uma perda significativa de alguns hormônios, o que ajuda a potencializar a Depressão Pós-Parto. Por isso é tão importante se informar a respeito do tema.
Neste post, você vai conhecer as causas dessa condição, os fatores de risco, o diagnóstico e os meios de evitá-la. Continue lendo e saiba tudo sobre o tema!
O que é Depressão Pós-Parto?
A Depressão Pós-Parto é caracterizada pela tristeza e pela instabilidade de humor por parte da mulher após o nascimento do filho. É um mal que pode acometer tanto mães de primeira viagem quanto aquelas que já deram à luz no passado.
A literatura médica considera a Depressão Pós-Parto uma condição que requer acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. O objetivo é evitar que essa situação se prolongue, trazendo malefícios também ao bebê.
Se isso acontecer, haverá o risco de ele não se sentir amado, bem como apresentar dificuldades relacionadas à fala, por exemplo. Tudo isso, pelo fato de não ter muito contato com a mãe.
Não há tipos de Depressão Pós-Parto diferentes, mas níveis diversos de gravidade. No caso mais brando, também conhecido por baby blues, a mãe se sente deprimida por algumas semanas após o nascimento do filho.
Já no segundo nível, a Depressão Pós-Parto, propriamente dita, os sintomas de tristeza e baixa autoestima são mais acentuados em relação ao baby blues. O terceiro estágio, e mais grave, é conhecido por psicose pós-parto.
Nesse caso, a paciente é suscetível a apresentar, por exemplo, uma grande indiferença ao filho, além de alucinações e delírios.
Um ponto importante a ser destacado é que a Depressão Pós-Parto pode surgir cerca de um mês após a mulher ter o filho. Já o baby blues costuma acontecer assim que ocorre o parto.
Quais são os sintomas de Depressão Pós-Parto?
A Depressão Pós-Parto é algo que pode ser previamente identificado. Todavia, existem sinais que não são tão perceptíveis, o que dificulta um diagnóstico precoce.
Além da alteração do humor, a mulher tende a apresentar irritabilidade, dificuldade de dormir e falta de aptidão ao sexo. Outros sintomas podem incluir dores nas costas, na cabeça e na região do abdômen.
Importante destacar que a mulher com dificuldade de dormir pode, com o passar do tempo, adquirir várias outras doenças. Como o corpo não vem descansando o suficiente, o sistema imune enfraquece, com o risco de tornar a situação muito mais séria, demandando maiores cuidados.
Como é o diagnóstico da Depressão Pós-Parto?
Na hora de fazer o diagnóstico, uma das coisas que o médico observa é se a mulher teve alterações hormonais. Os hormônios que mais tendem a cair quando o bebê nasce são a progesterona e o estrogênio, estando também associados à falta de apetite sexual.
Toda essa condição está relacionada, ainda, ao estresse. Assim como a dificuldade de dormir, esse costuma ser o estopim de várias doenças que podem acometer a mulher.
Outro aspecto que o profissional de saúde avalia são os desequilíbrios emocionais. Dependendo da situação, podem ser agravados por fatores externos, como a falta de apoio do pai do recém-nascido e de outros familiares.
Sobre isso, é importante destacar uma preocupação recorrente dos casais modernos, que é o custo de criar um filho. Na prática, se não houver a devida instrução financeira, isso pode agravar um quadro de Depressão Pós-Parto na mulher.
Conforme a criança cresce, as despesas também aumentam. Então, a mãe precisa ter o apoio emocional necessário para conciliar a nova vida com o filho e o trabalho.
Por meio de uma avaliação clínica, o médico identifica a Depressão Pós-Parto quando a mulher apresenta, pelo menos, cinco sintomas por mais de duas semanas. Além disso, ela deve se sentir à vontade para relatar sua situação ao profissional de saúde, visando a facilitar o diagnóstico.
Há uma ferramenta de rastreamento capaz de classificar os níveis de depressão. Uma das escalas usadas é a de Edimburgo. Vale esclarecer que ela não determina, de fato, a Depressão Pós-Parto, mas mostra à mulher se ela precisa cuidar ou não do seu quadro emocional.
Fatores de risco
Em certos casos, se a mãe tem dificuldades nas suas relações interpessoais, isso pode ajudar a desencadear a Depressão Pós-Parto. É essencial que ela consiga responder às perguntas do médico, de modo a informar, por exemplo, se teve ou não algum estresse durante a gravidez.
Outros dois fatores de risco que merecem destaque são as deficiências nutricionais e o histórico de depressão da mãe. Por exemplo, sabe-se de uma relação entre a deficiência de ômega-3 e a Depressão Pós-Parto, bem como a falta de vitamina D, que é obtida quando se expõe ao sol alguns minutos por dia.
Sobre o histórico, o médico vai analisar se já apresentou quadros de depressão ou transtorno bipolar. Basicamente, essa é uma condição caracterizada quando o indivíduo apresenta momentos de euforia e tristeza, e pode ter um componente genético ou se desenvolver ao longo do tempo.
O que é puerpério emocional?
O puerpério emocional é uma alteração hormonal que ocorre na mulher em decorrência da gravidez. Por causa disso, a mãe está sujeita a passar, entre outras coisas, por alterações significativas em suas emoções, entre elas:
- tristeza;
- solidão;
- cansaço;
- desamparo.
Após o parto, toda mulher está sujeita a mudanças que podem afetá-la pelo resto de sua vida. O puerpério emocional costuma ocorrer em razão disso, sendo um período que costuma durar de dois a três anos.
Muitas vezes, a família é impactada diretamente pelo puerpério emocional. Não raras vezes, um casamento pode passar por crises e alterações importantes nesse período.
De fato, a chegada de um filho leva a uma atenção total a essa nova vida. O pai deve ter isso em mente e contribuir para que a criança e a mulher recebam todos os cuidados necessários.
Convém deixar claro que a DPP é uma condição intermediária de severidade do puerpério emocional, sendo que existem outros dois estágios, mencionados: baby blues e psicose puerperal.
Como tratar Depressão Pós-Parto?
Cada caso deve ser considerado individualmente para que o tratamento dessa condição seja efetivo e ajude a mulher e o bebê em um momento tão delicado. Apoio familiar e acompanhamento psiquiátrico e psicológico são fundamentais para vencer a Depressão Pós-Parto.
O Ministério da Saúde indica a necessidade de combinar o uso de medicamentos antidepressivos com psicoterapia. O ideal, ainda, é que haja a participação do pai do recém-nascido em todo o processo.
Dependendo da gravidade da situação, pode ser necessário recorrer a outros tipos de ajuda, em especial, para que haja amparo à família. Por exemplo, contratação de uma babá para auxiliar nos cuidados com o bebê, terapia hormonal e atividades que proporcionem o fortalecimento dos laços entre mãe e filho.
Se houver sinais de psicose pós-parto, o tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico. Muitas vezes, é preciso haver internação hospitalar, para garantir a segurança da mulher e do recém-nascido enquanto ela se recupera.
Os sintomas podem ser controlados, seguindo a orientação dos profissionais de saúde, ao incluir estabilizadores de humor, antipsicóticos e antidepressivos no tratamento. Mesmo dificultando a amamentação e afastando a mãe do bebê por um tempo, esse costuma ser o procedimento mais recomendado para que possam viver mais tranquilamente após essa fase.
Acompanhamento pré-natal
Vale lembrar que a Depressão Pós-Parto nem sempre dá sinais de seu surgimento antes que o bebê nasça. No entanto, os profissionais de saúde que acompanham a gestante são capacitados a identificar essa possibilidade ainda durante o pré-natal.
Quando isso acontece, é possível trabalhar na prevenção do problema. Na psicoterapia, por exemplo, o profissional busca encontrar, junto à paciente, estratégias para estimular o relacionamento da mãe com o filho e com a nova realidade que se apresenta a partir do seu nascimento.
Práticas Integrativas e Complementares
As Práticas Integrativas e Complementares também podem ser eficazes para prevenir os sinais de Depressão Pós-Parto, ainda durante a gravidez. São diversas atividades e procedimentos que contribuem para que o parto seja mais tranquilo, e o pós seja o menos problemático possível.
A ideia dessas práticas é permitir que a mulher lide melhor com essa nova realidade do filho. Um exemplo de Prática Integrativa e Complementar é a meditação.
Basicamente, a mulher puérpera vai trabalhar a sua atenção e o controle da respiração. Essa pode ser uma forma efetiva de combater problemas como depressão, ansiedade, estresse e insônia. O SUS (Sistema Único de Saúde) disponibiliza 29 procedimentos relacionados às Práticas Integrativas e Complementares, tornando-o uma referência mundial.
Como visto, a Depressão Pós-Parto é uma condição que tem níveis diferentes, podendo durar mais ou menos tempo. É preciso que as mães estejam cientes das suas condições, sendo crucial receber o devido apoio da família. Assim, o bebê receberá o carinho e a atenção necessários para seu desenvolvimento.
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