Sem categoria

Puberdade precoce: quais os sinais e como lidar com os filhos

A puberdade precoce é bastante presente na sociedade. Ela atinge crianças, especialmente meninas, necessitando de acompanhamento de profissionais especializados e […]

27/12/20239 mins

xPuberdade precoce: quais os sinais e como lidar com os filhos

A puberdade precoce é bastante presente na sociedade. Ela atinge crianças, especialmente meninas, necessitando de acompanhamento de profissionais especializados e informação para a família.

Suas principais consequências são baixa estrutura na fase adulta, transtornos psicológicos, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, maior risco de obesidade e, até mesmo, certos tipos de câncer.

Por isso, é necessário que você saiba como identificar o problema no seu filho e como lidar com essa condição.

Continue a leitura para conhecer as principais informações sobre puberdade precoce e como auxiliar os menores de idade nessa fase!

O que é puberdade precoce?

A puberdade é o momento em que o corpo das meninas e dos meninos começa a se desenvolver, ganhando características do organismo adulto, deixando de ser criança. Normalmente, esse processo ocorre durante a adolescência.

No entanto, é considerado precoce no caso de esse desenvolvimento e maturação sexual se iniciar ainda na infância. Se for menina, antes dos 8 anos. Para os meninos, se aparecer até os 9 anos de idade.

A condição pode causar problemas psicológicos e físicos para a saúde das crianças. É importante ressaltar que a puberdade precoce é muito mais comum nas meninas, e seu diagnóstico costuma ser mais fácil, em comparação ao dos meninos.

Quais são os sinais de puberdade precoce?

Puberdade precoce: quais os sinais e como lidar com os filhos

Nas meninas, os sintomas da puberdade precoce culminam na menarca, ou seja, na primeira menstruação. É preciso atenção, pois esse já é um sinal avançado da puberdade.

Por isso, o mais indicado é procurar um médico (endocrinologista pediátrico ou pediatra) assim que perceber que a sua filha está com alguns sintomas, como:

  • desenvolvimento de pelos pubianos;
  • aparecimento do broto mamário;
  • pelos das pernas mais grossos;
  • nascimento de pelos em locais do corpo em que não havia antes;
  • acne;
  • crescimento acelerado;
  • mudança da composição do corpo, com o aparecimento das “curvas”, como acúmulo de gordura no quadril e cintura mais fina;
  • menarca;
  • mudança de comportamento.

Já nos meninos, os sinais costumam ser mais difíceis de serem notados. Assim, é necessário observar os seguintes sintomas, antes de eles completarem 9 anos:

  • desenvolvimento de pelos pubianos;
  • aumento do diâmetro e tamanho do pênis;
  • nascimento de pelos em novos locais do corpo, inclusive, no rosto;
  • pelos das pernas mais grossos;
  • crescimento acelerado;
  • mudança de comportamento;
  • mudança da voz;
  • acnes;
  • mudança na composição corporal, com tronco e ombros mais largos;
  • ereção, podendo ser inesperada ou não;
  • aparecimento do pomo de adão.

É preciso procurar um profissional?

É necessário procurar o endocrinologista pediátrico ou o pediatra para avaliação se surgirem quaisquer sintomas de puberdade antes do tempo previsto. Isso evitará problemas no futuro dos filhos.

Em relação ao diagnóstico, ele é realizado por meio da avaliação clínica. O profissional fará um exame físico geral e obterá informações do histórico da família e da criança.

Por exemplo, é preciso considerar quando surgiram os primeiros sinais, história familiar de puberdade precoce e estatura dos pais. O médico analisará a presença de sinais sexuais secundários:

  • odor axilar;
  • pelos pubianos e axilares;
  • aumento da velocidade de crescimento;
  • maior volume testicular nos meninos;
  • crescimento de mamas nas meninas, entre outros.

Podem ser solicitados exames complementares, como ultrassonografia de pelve, nas meninas. Além disso, radiografia de mão e punho, para determinar a idade óssea, dosagens hormonais. E, dependendo do caso, exames da região do hipotálamo e da hipófise.

Vale ressaltar que nem sempre os sinais de puberdade precoce significam que a criança está, de fato, desenvolvendo o problema. Algumas têm o desenvolvimento mais tardio, sem apresentar nenhum tipo de doença que justifique esse atraso. Nesse caso, nem precisam de tratamento médico.

Por outro lado, existem aquelas que acabam se desenvolvendo um pouco mais cedo, sem indicar nenhuma condição de saúde adversa. Portanto, todo o diagnóstico e a conduta só poderão ser feitos por um especialista.

Quais são os fatores de risco?

Dentre os fatores de risco, as meninas têm mais chance de desenvolver a puberdade precoce. De acordo com o Ministério da Saúde, a condição é muito mais comum no sexo feminino do que no masculino.

Existe, também, a possibilidade de a criança desenvolver a puberdade precoce se:

  • estiver muito acima do peso ideal para sua idade e altura;
  • for exposta aos hormônios sexuais (testosterona e estrogênio) antes do tempo, por meio do uso de suplementos, pomadas ou cremes para adultos com essa composição;
  • tiver recebido tratamento médico com radiação no sistema nervoso, como os usados para leucemia, tumores e outros;
  • tiver outras condições médicas, como hiperplasia adrenal congênita, Síndrome de McCune-Albright e hipotireoidismo.

Quais são os exames necessários?

O médico pode solicitar diversos exames para confirmar o diagnóstico ou identificar a causa da puberdade precoce. Confira, a seguir!

Radiografia de punho e mão

Com a radiografia para determinar a idade óssea, a partir do punho e da mão, é possível avaliar se o crescimento está de acordo com sua idade cronológica. Isso é feito por meio do desenvolvimento e do aparecimento dos ossos da mão.

O raio-X permite verificar se existe alguma alteração fazendo com que a idade óssea da criança esteja adiantada ou atrasada em relação à idade real.

Dosagem hormonal no sangue

Os hormônios dosados na análise da puberdade precoce são testosterona total, estradiol, FSH e LH. No entanto, em diversas vezes, os resultados estão dentro da taxa de normalidade.

Por esse motivo, deve-se levar em conta o exame físico, sendo preciso complementar o estudo com um teste de estímulo. Assim, pode-se confirmar o diagnóstico de puberdade precoce, no caso de os exames coletados estarem normais em um primeiro momento.

Ressonância magnética

A ressonância magnética de hipófise pode ser solicitada pelo médico com o intuito de detectar a causa da puberdade precoce.

Ultrassonografia pélvica e abdominal

Assim como a ressonância magnética, o exame de ultrassonografia pode contribuir com a determinação da causa da puberdade precoce. No sexo feminino, a ultrassonografia pélvica consegue analisar o estímulo hormonal sobre o desenvolvimento do útero e dos ovários.

Exames de tireoide

Muitas vezes, os casos de puberdade precoce chegam ao consultório do endocrinologista pediátrico por outro motivo. Por exemplo, excesso de crescimento ou ganho de peso.

Normalmente, são solicitados os exames da tireoide (glândula que tem uma função fundamental no crescimento da criança) para determinar o motivo do processo e a confirmação do diagnóstico.

Vale saber que é mais raro ter o hipertireoidismo ou o hipotireoidismo como causador da puberdade precoce.

Como auxiliar o adolescente nessa fase?

A avaliação da puberdade precoce envolve exames clínicos, de imagem e de sangue. Para identificar os primeiros sintomas e chegar a um diagnóstico eficiente, é importante que a criança passe por avaliação médica com frequência.

Por meio de uma análise multidisciplinar, o profissional consegue esclarecer dúvidas e definir o melhor tratamento. Afinal, além de afetar o crescimento, a puberdade precoce é considerada fator de risco para o surgimento de determinadas doenças no futuro.

Remédios com ação hormonal podem ser utilizados para diminuir a aceleração do amadurecimento físico.

Além disso, podem ser recomendadas mudanças no dia a dia e a adoção de novos hábitos, como prática de exercícios físicos, alimentação balanceada, menor exposição a telas e adequação do sono.

Durante todo esse processo, é essencial que a criança tenha apoio familiar e psicológico para lidar com as alterações físicas e as mudanças comportamentais da adolescência. Nessa fase, a curiosidade sexual e as variações de humor podem aparecer.

Do ponto de vista da psicologia, é possível que tenha uma espécie de luto pela perda da infância. A insegurança diante das novas experiências para as quais a criança pode não estar preparada também é comum.

Também podem acontecer comparações entre a idade cronológica da criança e as características físicas, tanto por ela mesma quanto pelos colegas, dificultando as interações sociais. Por isso, professores e cuidadores devem prestar atenção para que não ocorra bullying nem isolamento.

Confira, a seguir, algumas dicas para pais e mães auxiliarem o filho a lidar com a puberdade precoce:

  • tenha uma conversa honesta sobre o que está acontecendo no corpo da criança;
  • explique que, apesar de a puberdade ter iniciado antes, ela chega para todos;
  • incentive a criança a valorizar as qualidades que tem e se aceitar;
  • para aumentar a autoestima, contraponha comentários negativos e dê feedbacks positivos;
  • tente ter um diálogo aberto sobre escolhas, valores e comportamentos;
  • coloque-se à disposição para esclarecer dúvidas, principalmente, as de cunho sexual, falando sempre com naturalidade sobre os assuntos;
  • incentive a descrever os sentimentos e a ver que todos passam por desafios, dilemas e mudanças;
  • oriente sobre questões de autocuidado (uso de desodorante, absorvente etc.);
  • para se sentir mais confortável com o corpo, não deixe de sair com a criança para comprar novas roupas, produtos de higiene e acessórios, se puder;
  • use filmes e livros para falar sobre as mudanças na mente e no corpo;
  • incentive a prática de atividades que possam elevar a autoestima (artes, esportes, lazer, oficinas etc.);
  • caso a criança não queira ou tenha dificuldades em se abrir, procure auxílio psicológico.

A puberdade precoce é uma condição que precisa ter cuidado especial por parte dos familiares, sendo necessário saber como identificar os sinais o quanto antes. Portanto, ao perceber os sintomas, procure ajuda de profissional especializado.

O conteúdo foi útil para tirar suas dúvidas? Então, aproveite e descubra como desenvolver a autonomia das crianças!

Gostou do conteúdo? Compartilhe: